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terça-feira, 15 de abril de 2008

Bairro Jardim América - Parte II


A Várzea do Fragata – como era chamada a atual zona do bairro Jardim América antes de sua criação – correspondia, como tratado no artigo anterior, a uma vasta zona de campos entre a Vila do Capão do Leão, a Hidráulica e a região do atual bairro Fragata. Com o surgimento da Estrada da Várzea do Fragata (a atual Avenida Três de Maio), a denominação passou a valer mais para a região que ficava à margem da referida via.
Tanto Alberto Coelho da Cunha na década de 1920, quanto C.R. (cronista da “A Opinião Pública”) na década de 1910, são unânimes em afirmar que a zona entre a Vila do Capão do Leão e Pelotas “é quase que completamente despovoada”. De fato, a não ser por tropeiros que tomavam o rumo do Fragata e cruzavam uma antiqüíssima ponte de madeira sobre o arroio de mesmo nome (onde é atual ponte da Cosulati), a Várzea do Fragata reunia uns míseros habitantes no início do século XX, a maioria agricultores. Havia também um ou outro pecuarista na região, porém sem maior prestígio.
Basicamente eram famílias provenientes de outras zonas rurais de Pelotas e que se estabeleceram ao longo da estrada, valendo-se da proximidade com aquela cidade e do tráfego de tropeiros. Viviam do cultivo de batata-inglesa, cebola, alho, milho, aspargo e batata-doce, e da criação de galinhas, perus, marrecos e vacas leiteiras. O arroz passou a ser cultivado bem mais tarde, já na década de 1940, por iniciativa da Família Manke.
Em 1938, com a criação do DAER, a Estrada da Várzea do Fragata passou à responsabilidade estadual e um zelador passou a morar ao longo do trecho, prestando serviços de manutenção.
Em 1941, numa modesta casa doada pelo Sr. Pedro Behocaray passou a funcionar um grupo escolar que possuía duas salas de aula e uma cozinha. Trata-se da atual Escola Barão de Santo Ângelo.
A maioria das casas era feita de torrão de barro e cobertas com palha santa-fé. As residências de alvenaria mais antigas, a que temos conhecimento, são três: uma próxima ao Supermercado Econômico, a qual se encontra, hoje em dia, somente suas ruínas e que pertencia a Família Schmidt; duas casas brancas próximas ao entrocamento da Avenida Três de Maio e da BR-293 que recebiam o nome de Vila Carret, pertencentes à família homônima.

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