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segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Praça João Gomes

Notícia encontrada no jornal "O Pampa", edição de 31 de maio a 07 de junho de 2002, página 5:
HISTÓRIAS LEONENSES
NOTÍCIA EXTRAÍDA DE UM MATUTINO DA IMPRENSA EM 09 DE FEVEREIRO DE 1931
NOTICIAS DO CAPÃO DO LEÃO

A Inauguração da Praça João Gomes
Com toda a solenidade realizou-se Domingo, 8 do corrente, a inauguração da Praça João Gomes.
A praça, que estava toda embandeirada, apresentava magnífico aspecto e era pequena para conter a grande massa popular. No ato inaugural, a placa foi descoberta pelo filho do homenageado, Sr. João Baptista Gomes, que atualmente exerce as funções de agente da estação da Viação Férrea local, e em seguida o Sr. Dr. Victor Russomano, pronunciou vibrante discurso, no que foi muito aplaudido.
Terminado o discurso, a Banda do Valoroso 9o. Regimento de Infantaria, dirigida pelo maestro Penna, executou diversas marchas. Esta banda compareceu à festa gentilmente cedida pelo digno comandante. Uma caravana composta de elementos de destaque do escol social de Pelotas, também compareceu à festa. A banda do nono foi conduzida pelo onnibus do Sr. Joaquim Correia e dois caminhões de propriedade respectivamente, dos srs. Alberto Netto e Hirondino Castro. Após a inauguração, a banda deu um bello concerto em plena praça, deliciando a população. Mais tarde, foram servidos chopps aos músicos e a comissão.
O illustre Prefeito Dr. João Py Crespo, offertou em nome da Prefeitura, os bancos necessários para aformosear os lindos canteiros. A praça tomou a denominação de João Gomes, em homenagem ao primeiro estacionário, que relevantes serviços prestou a esta população desde o anno de 1874 a 1901. A placa foi confeccionada pelo escultor Augusto Pastorello e oferecida por um grupo de veranistas e moradores, sendo collocada num obelisco de pedra offerecido pelo Sr. Antonio Paulo Lopes, administrador da Pedreira Municipal. A comissão organizadora era constituída dos srs. Eduardo Gastal Junior, Nede Lande Xavier, Capitão Waldemar Schneider, José Correa da Silva e Dr. Edmundo des Essarts Peres. São dignos de registro a iniciativa desta distinta comissão, que tanto cooperou para o progresso desta localidade, e os bons serviços da turma 94, que tanto interesse demonstraram para o embelezamento da referida praça. Em regosijo à inauguração, na residência do Sr. José Luiz Behocaray foi promovido um baile, organizado por alegres rapazes da sociedade local. Esteve magnífica esta festa.
Os créditos da descoberta desta reportagem pertencem ao Sr. João Medeiros e, sua publicação, ao Sr. Francisco Adilson.
A Placa mostrada na foto não é a original.

Estância da Palma

Estância da Palma
"Mais tarde, a Estância da Palma e Pavão (assim chamada), pertenceu a D. Sulpícia Moreira Rosa, adquirida por compra. Por ocasião de sua morte, em 1921, nomeia em testamento os herdeiros desta e demais bens. Primeiro, o seu esposo, o Coronel Alberto Roberto Rosa, segundo, o engenheiro Alberto Moreira Rosa, seguido de Álvaro, Arlindo e Dinah Moreira Rosa, todos casados e maiores de idade. '... a Estância da Palma e Pavão, composta de campos de criar e matas, com casas de moradia, galpões, mangueiras e outras benfeitorias, com área superficial de 12.557.429 metros quadrados, situada no 4o. Distrito deste município, confinada às pedreiras do Governo Estadual, havida por compra a diversos, de oitenta e quatro contos, oitocentos e oito mil, seis contos e vinte réis'. (Inventário - 1921- 3a. Vara Civil Forum Municipal).
Dentre as acomodações da estância consta o solar, construído, aproximadamente, em finais do século XIX, em estilo luso-brasileiro, com função de residência de verão e estadia para visitas periódicas de administração, uma vez que a família residia em Pelotas, na Praça da República no. 66 e tinha por hábito viajar ao Rio de Janeiro.
Com a morte do Coronel, herda seu filho, o Dr. Alberto Moreira Rosa, a extensão de terra, com casa de moradia, galpões, mangueiras e benfeitorias.
Em junho de 1937, o Dr. Alberto Moreira Rosa e sua esposa, Edwina de Godoy Rosa, residentes no Rio de Janeiro, representados pelo Dr. Hércio de Araújo, doam ao estado do Rio Grande do Sul, cessionário do acervo do extinto Banco Pelotense, a referida extensão de terra.
De posse do estado, em outubro de 1941, foi doada à Prefeitura Municipal de Pelotas, representada por seu então prefeito o Sr. Julio de Albuquerque Barros, com o encargo de ser mantido no local uma fazenda experimental da Escola de Agronomia Eliseu Maciel e outras instalações necessárias às funções técnicas ali administradas.
Em janeiro de 1946, a Prefeitura Municipal de Pelotas, através de seu prefeito Procópio Duval Gomes de Freitas, transfere o título de posse das terras ao Ministério da Agricultura, ficando estabelecida a exigência de manter a fazenda experimental da Escola de Agronomia.
Todo conjunto construído, bem como a área circundante, vem sendo utilizado com a finalidade de atender às exigências impostas. O solar, objeto em estudo, foi adaptado, por volta de 1970 para alojamento de estagiários. Estas adaptações trouxeram prejuízos ao conjunto arquitetônico original, devido ao emprego de materiais de baixa qualidade, mão de obra não especializada e falta de orientação técnica". (sem páginas numeradas)
Fonte: MARTINS, Roberto Dutra & OLIVEIRA, Ana Lucia (orientadores). Estância da Palma: Levantamento Histórico e Arquitetônico das Atuais Condições do Prédio. Pelotas, UFPel, Curso de Arquitetura e Urbanismo, novembro 1982.