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sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Franceses em Capão do Leão

Fala-se muito acerca dos franceses em Capão do Leão, o que de fato é uma realidade. Certos prédios e construções denotam esta influência. Embora, segundo a arquiteta Marta Silva, os prédios "franceses" do Capão do Leão são muito mais exemplares de uma arquitetura belga. Já segundo o historiador Mário Osório Magalhães, após ter visto uma foto recente do prédio da antiga sub-prefeitura (hoje faz parte das dependências do C.T.G. Tropeiros do Sul), parecem casas de campo francesas, as construções que se verifica em Capão do Leão. Tive acesso a obra Franceses no Rio Grande do Sul, de Armindo Beux (Porto Alegre: A Nação, 1975) e nela pude encontrar algumas informações sobre franceses residentes no Capão do Leão. Transcrevo abaixo o encontrado, com especial atenção à personagem a seguir, pois as informações constantes são curiosas:

"Por volta de 1940 faleceu, com avançada idade, na cidade de Pelotas, o sr. Alexandre Gastaud, simples e modestamente. Entretanto sua atuação foi notabilíssima, sobretudo no que tange à eletricidade.
Gastaud veio para o Brasil, com seus pais, com poucos anos de idade. Ainda era menor quando o casal Gastaud resolveu mudar-se para a Argentina, deixando em Pelotas o pequeno Alexandre que, sozinho, resolveu dedicar-se ao trabalho no comércio, iniciando sua vida como varredor de escritório e caixeiro, depois. Com menos de 20 anos foi trabalhar na Viação Férrea, como limpador da Estação de Pelotas. Inteligente e curioso, embora mal soubesse ler e escrever, dedicou-se com especial carinho ao estudo do telégrafo. Um dia falece repentinamente no posto de trabalho, o telegrafista, e, Alexandre Gastaud, diante do desespero do chefe da estação, resolve movimentar o aparelho e o fez com tanta perícia que assombrou o chefe da estação. Foi o começo de sua vida ascensional, pois chegou a telegrafista-chefe no Telégrafo Nacional, diretoria de Pelotas, tendo exercido sua atividade, como especialista, no Rio Grande, Bahia, Belém do Pará e outros pontos.
Não havendo ainda eletricidade em Pelotas, Alexandre Gastaud mandou buscar na Europa aparelhos e instalou luz elétrica e força na Santa Casa de Misericórdia. Mais tarde fabricou um aparelho de Raio X, realizando a primeira operação em radiografia do Brasil.
Na sua chácara em Capão do Leão, também instalara luz elétrica e força para água encanada em casa. Gastaud foi verdadeiro exemplo de trabalho e inventiva." (pág. 49-50)
Fiquei curioso em saber qual seria a chácara do sr. Alexandre Gastaud em Capão do Leão. Tenho documentos que narram vários piqueniques que ele realizava em sua chácara com os membros da Liga Operária de Pelotas. Suspeito de dois prédios, mas somente um exame mais apurado pode concluir algo.
Adiante algumas citações sobre nomes de famílias que vieram a se estabelecer (ao menos em parte) no território de Capão do Leão.
"Citaremos ainda Simon Adam, casado no Boquete (Capela da Buena) em Pelotas no ano de 1835 com Maria Joaquina Dutra,..." (pág. 117)
"..., são outros nomes de imigrantes franceses Jean Baptiste Roux, filho de Louis Roux e de Justine Roquemaure, casado com Eleonore Delaunay, filha de François Delaunay e de Eleonore Lacroix foram pais de Julia, Luiz, Eugênia, Luiz Alberto e João Augusto, falecidos de menor idade e de Fanny Roux, casada com Paulo Frederico Augusto Baethgen, Amélia Justina Roux, casada com Eduardo Gastal, Cecília casada com Gabriel Gastal, Fanny, casada com Jean Perez, pais do dr. João Rouget Peres, e o ilustre médico dr. Edmundo Berchon des Essarts, viúvo de Antonia Chaves e casado segunda vez com Idalina Correia Caldas. Odr. Berchon teve do 1o. matrimônio Edmundo, Vera e Amélia, as duas casadas, sendo a 1a. com Jaime de Carvalho, com uma filha, Antonia de Essarts Carvalho, viúve do comte. Luis Rafael de Oliveira Sampaio, estancieiros no Pavão, em Pelotas. Houve ainda o dr. Álvaro Chaves Berchon des Essarts, falecido jovem
." (pág. 118)
Convém ressaltar que o texto foi escrito quando Capão do Leão ainda era distrito de Pelotas.

Um comentário:

  1. Bonjour,

    Nous apportons des précisions : sur la généalogie de Jean Baptiste Roux marié à Eleonore , qui fonda une famille au Brésil, une partie est revenue en France en 1867.....
    Dominique Roux arrière petit fils de Jean baptiste Roux

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