Páginas

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Um causo do futebol gaúcho

 



(...)

O drama dos juízes não é um privilégio de cariocas e paulistas. No Rio Grande do Sul havia um árbitro muito respeitado, chamado Tonelli. Um dia foi escalado para dirigir Grêmio Bagé x Guarani, um jogo cheio de pinimba, reunindo as duas equipes mais populares da cidade de Bagé. Tonelli anulou um gol do Grêmio e o pau comeu. Para resolver o problema, chamou o capitão do Grêmio e mostrou-lhe o revólver que trazia sob a camisa:

- Estou armado.

O jogador baixou a meia direita e mostrou-lhe um punhal:

- Eu também, seu juiz.

Tonelli desarmou-o e prosseguiu com o jogo. Não houve mais tumulto. Ele estava disposto a impor a sua autoridade a bala.

(...)

Fonte: BIANCHI, Ney. Juiz ou ladrão? Manchete, Rio de Janeiro, edição 964, 10 de outubro de 1970, pág. 130.