Desde que os gaúchos passaram a ganhar maior credibilidade no cenário do rock nacional, há cerca do rock nacional, há cerca de três anos, dezenas de grupos como Garotos da Rua, Engenheiros do Hawaii, Os Eles, TNT, Replicantes e De Falla tornaram-se famosos da noite para o dia e representantes máximos da invasão gaúcha. Porém, nenhum deles é o responsável pelo corte (agora impregnado pelos gaúchos) de mais uma fatia no mercado do rock nacional. O trunfo fica para a banda Taranatiriça, a mais antiga e a primeira a lançar um LP de rock no Rio Grande do Sul.
Formada por Marcelo Truta na guitarra, Cau Hafner na bateria - os fundadores -, Marcelo Perna no vocal e Paulo Mello no baixo, foi ela quem, praticamente, abriu as portas para o surgimento de novos grupos gaúchos, após quebrar os preconceitos existentes contra os grupos de rock em Porto Alegre.
Considerada pela crítica gaúcha como a melhor banda de rock de 84/85 (criado para incentivar e destacar os profissionais que mais se salientaram nos diversos segmentos musicais de Porto Alegre), o TARA, como é conhecido pelo público gaúcho, antes mesmo de lançar seu primeiro LP, Totalmente Rock - que só no Estado do Rio Grande do Sul vendeu mais de 20 mil cópias - já despertava a atenção de muita gente na produção de seus shows.
Dois anos depois de sua primeira experiência em disco, que também serviu como trampolim para esta invasão, o TARA chega com um novo LP, TARANATIRIÇA II, nas lojas em selo Copacabana. Apesar de abandonar o esquema independente (Totalmente Rock foi lançado pela gravadora independente ACIT, de Porto Alegre) e de se transferir para uma gravadora de grande porte (e que está em busca de novos horizontes), o TARA mostra neste segundo trabalho, que não mudou a estrutura pesada e dançante que o consagrou como uma das melhores bandas de rock do Rio Grande do Sul.
Taranatiriça II foi gravado em São Paulo, nos estúdios da gravadora Copacabana, com produção de Jorge Gambier e co-produção de Charlie Nogueira, relações-públicas da banda. No repertório deste novo disco, composições próprias do baixista Paulo Mello Dama do Crime, Clarabóia, Furacão e Xerox, do guitarrista Marcelo Truta Atucanação, Se Você Pensa, Baralho Voador e Vida Marginal - as duas últimas em parceria com o vocalista - além de Otávio Fumagali Fuga e de Fugete Luz Circuito Emocional. Este último, autor do hit Rockinho, que tanto fez o público gaúcho dançar em 85/86.
Fonte: O PIONEIRO (Caxias do Sul/RS), Caderno Sete Dias, 30 de Maio de 1987, pág. 03