"Ainda sobre o pequeno cadaver mumificado a que já fizemos referencia e encontrado na matriz de Rio Pardo, refere o Primeiro de Março, daquella cidade:
'O director desta folha levou hontem para Porto Alegre, afim de entregar ao illustrado clinico dr. Jacintho Gomes, o pequeno cadaver mumificado, que por longos dias esteve em exposição em uma compartimento separado das nossas officinas, despertando a curiosidade publica.
Noites houve que esse compartimento tornou-se pequeno para conter o grande numero de pessoas, notadamente familias, que a custo conseguiam approximar-se da pequena mumia.
E então era curioso ouvir-se de parte os commentarios a respeito do cadaver, as versões quasi fabulosas, as presumpções mais originaes e desencontradas.
Entretanto não ha uma só pessoa, dentre milhares que aqui existem, mesmo das mais antigas, que possa fornecer esclarecimentos ou dados acceitaveis sobre o facto, envolvido no maior mysterio.
É de notar que esse pequeno cadaver, quando descoberto, estava collocado numa caixa de folha, hermeticamente fechada, no centro de uma das largas paredes da egreja, a dose ou quatorse metros de altura do sólo.
Ultima nota saliente: o fundo da lata, onde estava encerrado o pequeno cadaver, apresentava distinctos signaes de sangue."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 29 de Julho de 1904, pág. 02, col. 02