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domingo, 7 de junho de 2020

Sobrenome Palmeira


"PALMEIRA - Sobrenome português. Dá-se duas significações: a primeira, de origem senhorial. Segundo consta, Dom Gonçallo Rodriguez de Palmeira chamou-se 'De Palmeira' porque era senhor do couto que era naquele tempo grande e ganhou-o do rei Dom Sancho I de Portugal (1154-1211). A segunda, provém de alcunha, relacionada com a planta."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 23 de Outubro de 1993, pág. 05

Sobrenome Infante


"INFANTE - Sobrenome português. A primeira acepção de Infante é 'filho do rei, irmão do príncipe herdeiro', ou mesmo, 'irmão do rei'. Infante era o título oficial do filho do rei em Portugal ou na Espanha, ou em qualquer um dos reinos medievais ibéricos, que, no caso, não tinha o direito de herdar o trono. Também era usado para um monge de pouca idade na Ordem de São Bento. O mais provável é que a origem do sobrenome se vincule à última hipótese: sinônimo de escudeiro, ou seja, aquele que acompanha e auxilia o cavaleiro. O sobrenome pode ter-se originado do Infante real, da acepção religiosa ou como natureza ocupacional (escudeiro=infante)."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 15 de Maio de 1993, pág. 03

Sobrenome Amorim


"AMORIM. - Toponímico. Do genitivo latino 'Amorini'. De 'Amorius", que se origina de Amor. Foi nome de pessoa, passando, mais tarde a nome de lugar, e voltou a ser nome de pessoa. Os Amorim provém da Galícia.

É nome de localidade no Rio de Janeiro e é de cachoeira no Rio Piracicaba.

Personalidades: Francisco Gomes de Amorim foi escritor português, descendente do antigos Condes de Amorim (1824-1891); Henrique Manuel Amorim, escritor uruguaio, nascido em 1900."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 17 de Junho de 1990, pág. 03

Inauguração da Escola de Tiro de Rio Pardo


"Inauguração da escola de tiro

Ás 4 1/2 da madrugada do dia 25 partiu a canhoneira Camocim, levando o presidente da provincia, dr. chefe de policia e alguns convidados, para o acto solemne da escola tactica e de tiro do Rio Pardo.

Depois de 5 horas de viagem, feita em boas condições, chegou a canhoneira á margem, e d'ahi, em trem especial, dirigiu-se a comitiva a Rio Pardo, gastando n'esse percurso, de cerca de 81 kms., apenas 2 horas.

Na estação d'essa cidade estava reunida a maioria da população rio-pardense, suas principaes auctoridades e grande numero de senhoras, que receberam o presidente da provincia e convidados.

Uma guarda de honra, commandada pelo distincto capitão Luiz Barbedo, fez as devidas continencias officiaes.

D'ahi dirigiu-se a comitiva, acompanhada pelo commandante da escola e seus dignos auxiliares, e por grande numero de pessoas, para a linha de tiro, distante da cidade 7 kms.

✤✤✤✤✤

A linha de tiro é uma linda faxa de terra, esbranquiçada pela areia, que se estende até mais de 2,000 metros, completamente nivellados, tendo para largura de 5 a 6 metros.

As experiencias tiveram lugar, procurando-se determinar a velocidade do canhão Krupp de campanha 7,5 aligeirado, a 25 metros da bocca da peça.

Empregou-se para isso o chronographo Le Boulangé, montado em uma pequena sala, que dista do alpendre cerca de 100 metros.

A communicação entre o atirador e o official que observava o chronographo, se verificava por meio de campainhas electricas convenientemente dispostas.

Empregando a nossa polvora nacional com o peso regulamentar, e granadas em lastro, pesando mediamente 4,300 grammas, obtiveram-se 3 velocidades, cujos valores não pudemos registrar.

Seguiu-se a determinação da velocidade para a carabina Comblain, presa fortemente ao banco de provas.

Fez-se uso do mesmo instrumento e da placa de circuito situada a 50 metros da bocca d'arma.

Passou-se depois á execução de tiros rapidos com o canhão Hotchkiss, dando-se 15 tiros por series de 5 tiros consecutivos.

No alpendre, além de um cabide contendo a clavina Winchester e rewolvers Girard e Nagont, achavam-se outros instrumentos e apparelhos, proprios para a instrucção preparatoria da pontaria e para a execução de tiro de escola e de guerra.

Entre outros apparelhos lá vimos a mesa de pontaria (systema austriaco e francez), a escaleta para o mesmo fim, (systema prussiano) alvos de anneis concentricos, etc.

A sala de instrumentos possue uma clepsidra, uma balança de precisão, uma pendula electrica acompanhada de rheometro, um anemometro de Combes e varios outros instrumentos destinados a levantamentos topographicos e registros atmosphericos.

Percorreram-se ainda o armazem de munição e de artilharia, bem como o paiol.

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Terminado o acto da inauguração official, foram os assistentes convidados a dirigirem-se a um dos salões, onde foi servido um abundante e delicado offerecido pela Escola, não podendo comparecer a elle o presidente, por se achar incommodado.

Ahi levantaram-se diversos brindes, sendo o 1o. erguido pelo digno director da Escola, sr. tenente-coronel José Pereira da Graça Junior, ao conselheiro Gaspar, que, tomando em seguida a palavra, discorreu sobre a necessidade da educação technica da mocidade militar e, entre outros conceitos, declarou que admira sobre todas as classes a classe militar.

Disse tambem que, para que o exercito possa cumprir seu elevado destino, é indispensavel a disciplina fundada na obediencia passiva, porque o exercito é como um corpo: é preciso que os seus diversos membros obrem de accordo, obedecendo a cabeça directora; accrescentou que por disciplina passiva entende - e n'este ponto fazem injustiça ao pensamento do orador - a exacta comprehensão da obediencia militar que faz com que o soldado morra no campo de batalha, sem hesitação de especie alguma.

Terminado o conselheiro saudou a mocidade militar.

Um distincto official, bem interpretando os sentimentos de seus camaradas, declarou aceitar o brinde do conselheiro, mas com a seguinte restringenda: disciplina passiva aos superiores dentro da lei, fóra d'ahi - não; pelo que foi muito applaudido pelos seus companheiros.

O sr. conselheiro Gaspar tambem brindou á princeza regente.

Em seguida, tomou a palavra o representante d'esta folha, Ernesto Alves, que explicou o modo pelo qual combate a obediencia passiva e entende a disciplina militar.

Terminou saudando o exercito, como a nação armada, garantia egualmente forte contra a anarchia e contra a tyrania, sendo applaudido.

Na segunda mesa, o capitão Henrique Martins saudou o corpo docente e administrativo da Escola, sendo este brinde respondido pelo capitão Jorge d'Almeida, digno primeiro instructor, que, em seu nome e de seus collegas, saudou a Escola Militar de Porto Alegre.

O sr. visconde de Pelotas foi brindado pelo sr. capitão Luiz Rebello, sendo o brinde mui correspondido.

Seguiu-se um brinde á Imprensa, que estava representada unicamente pela Federação, o qual foi retribuído pelo seu representante.

Outros brindes foram feitos, sendo o ultimo erguido pelo director da escola a seus dignos auxiliares.

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Durante a noite houve illuminação geral na cidade e um grande marcha aux flambeaux por diversas ruas, sendo proferidos por essa occasião alguns discursos.

Ás 10 horas da noite teve começo um esplendido baile, offerecido á escola pela camara municipal e população de Rio Pardo, comparecendo a elle o presidente da provincia, dr. chefe de policia, commandante superior da guarda nacional com sua officialidade distincta, presidente da camara municipal e grande numero de convidados, prolongando-se essa agradavel reunião até á madrugada.

A população de Rio Pardo mostrou-se em extremo delicada e cheia de attenções para com os convidados, manifestando-se todos alegres e satisfeitos.

Foi uma festa solemne e esplendida, e ao mesmo tempo popular, confraternisando a população com os militares.

O presidente da provincia e convidados regressaram hoje do Rio Pardo ás 6 1/2 horas da manhã, mais ou menos, em trem especial, chegando a esta capital pouco depois de 1/2 dia."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 26 de Março de 1888, pág. 02, col. 01-02