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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Sobrenomes da Mesoamérica - Parte 03


Os sobrenomes aqui listados são de origem asteca, maia e de demais povos da Mesoamérica, encontrados principalmente em famílias do México, mas também no sul dos Estados Unidos, na Guatemala, no Belize e em El Salvador, e mais raramente na própria Espanha. Vale dizer que, a grande maioria foi castelhanizada, enquanto uma parcela menor conservou uma grafia mais próxima à pronúncia nativa original.

Fonte: Heraldica Mesoamericana

101. Tetla - lugar de pedras.

102. Técatl - pessoas; pessoa.

103. Poblano, Pueblita - aquele que procede de Puebla.

104. Criollo - diz-se daquele que nasceu na América, porém que fala espanhol e é educado conforme o modelo europeu.

105. Nahuatlato, Nahuatiato - intérprete; aquele que fala a língua náhuatl e traduz ao espanhol.

106. Tlatoa - orador ou cantor.

107. Cuicahua - cantor, música, corista.

108. Tlacuilo - o escribo, o pintor de hieróglifos astecas.

109. Teutli - pessoa de distinção, fidalgo, nobre.

110. Texcahua - espelho.

111. Mécatl - corda, cordoeiro. Também pode significar metaforicamente "linhagem", "ascendência".

112. Zacamecahua - cordoeiro que trabalha com fibras de plantas do gênero Poaceae.

113. Chimal - escudo.

114. Tamali - tamale.

115. Xiú - erva.

116. Xiuit - turquesa; azul-escuro; grama que foi tingida.

117. Culúa - o que soa bem.

118. Cetzal, Ketzal, Kuk - o pássaro quetzal.

119. Tepeu - governo, comando.

120. Pan, Panti - bandeira ou pendão.

121. Cox - o mesmo faisão-real.

122. Cutz - peru selvagem.

123. Ceh - cervo.

124. Acanceh - cervo que se lamenta.

125. Cocom - uma espécie de trepadeira de flores amarelas da Mesoamérica. Também o nome de uma dinastia maia no Yucatán.

126. Cochuah - nossa comida; nosso pão.

127. Chel - jato (fonte) azul.

128. Iuit - pena pequena.

129. Balam - onça-pintada; também uma metáfora para bruxo, feiticeiro.

130. Canché - madeira amarela; cadeira.

131. May - casco de cervo.

132. Yuc - espécie de corça pequena.

133. Muy - coelho.

134. Coh - puma.

135. Chab - tamanduá.

136. Ba, Va - toupeira; também serve para denominar o esquilo arborícola.

137. Choo - rato.

138. Miz - gato.

139. Tzul - cachorro.

140. Och - gambá.

141. Uech - tatu.

142. Cot - o "águia"; o da linhagem das águias.

143. Cuy - uma espécie de coruja mesoamericana.

144. Chuy - uma espécie de falcão.

145. Muan - uma espécie de falcão.

146. Moo-moo - arara.

147. Mut - um pássaro da família dos corvídeos.

148. Tzum, Tzun - peru; carne de peru.

149. Tzeel - iguana.

150. Mac - tartaruga.

Sobrenome Nunes


"NUNES - Sobrenome português patronímico do nome pessoal Nuno. A forma espanhola é NUÑES ou NUÑEZ."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 08 de Outubro de 1993, pág. 02

Sobrenome Guedelha


"GUEDELHA ou GADELHA - Sobrenome metanímico. Significa aquele que tem cabelo comprido e desgrenhado. 

Personalidade: Abraão Guedelha, sábio astrólogo e médico português, que viveu no tempo do rei Dom Afonso V, tendo se notabilizado pela leitura do futuro através dos astros."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 04 de Dezembro de 1992, pág. 02

Sobrenome Brochado


"BROCHADO - Sobrenome que vem do francês 'Brochard' e significa 'fabricante ou negociante de cântaros'. Como alcunha metafórica também era usado para denominar uma espécie de cabrito montês. Como lusismo, é uma parte do terreno onde existem determinadas plantas."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 22 de Outubro de 1990, pág. 04

Caça a um "escravo" na República?


"Assombroso

Chegou ha dias ao conhecimento do Paiz um facto dos mais revoltantes, que, no período mais negro da escravidão, havia de nos sorprender, e causar a mais legitima indignação.

Assim o noticia a alludida folha:

'Ante-hontem, na estação da Serraria da estrada de ferro Central, um fazendeiro que ahi é tido como um papão medonho, a quem não se ousa contrariar, perseguiu um preto, que foi seu escravo, e que ultimamente não tem mais querido estar ao seu serviço.

Pensando que ainda dispõe do direito senhorial para coagil-o a fazer o que não é da sua vontade, o homem terrivel, montado n'um rossinante, corria á cata do preto, e encontrando-o junto á estação, açoutou o barbaramente e em publico, chegando mesmo a fazer uso de um agulhão que tinha na ponta do cabo do chicote.

O preto, soltando-se-lhes das mãos, correu em direcção ao Estado do Rio, apenas dividido n'esse ponto do de Minas Geraes por uma cancela, e transpondo-a ia atirar-se a um affluente do Parahyba que por ali passa. O homem montou a cavallo, fustigou o animal, alcançou a sua victima, derrubou a, amarrou-lhe as mãos, montou de novo, e poz-se em marcha, trazendo-o de rastos.

O pessoal da estação avançou, então, para o desalmado, e arrebatou-lhe a infeliz creatura victima da sua feroz prepotencia, dando lhe voz de prisão.

Inutil. O homem tem as costas quentes. A auctoridade policial, chamada de Juiz de Fóra, não compareceu nem deu resposta alguma. O potentado dorme sobre os louros da sua repugnante violencia, livre de qualquer incommodo.

O governo da Republica, tendo agora, por nós, conhecimento d'isto, cruzará os braços diante do crime?

Não faltam provas á justiça. Trinta e tantos homens, empregados e visinhos da estação da Serraria, presenciaram e acudiram.

Poderemos contar com a punição?"

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 25 de Abril de 1892, pág. 02, col. 02