O pequeno assassino de Ponte Nova

"Menino assassino

Lê-se na Tribuna do Povo, de Uberaba, Minas Geraes:

'No lugar denominado Cemiterio, districto da Ponta Nova, foram mortos por um menino os indivíduos João Pantola e José Cardoso.

Vinham de Cuyabá, conduzindo uma boiada; e n'esse pouso (Cemiterio) as victimas, que tinham por habito espancar o pobre camaradinha, prometteram dar-lhe tremenda sova no dia seguinte. Porém descuidados, e julgando nada terem a receiar desse pequeno - que tantas vezes lhe serviu de bigorna, - deitaram-se; aquelle, acomettido de medo irresistivel e aterrado pelas ameaças, lança mão de um machado e fere a seus verdugos, deixando-os cadaveres.

José Cardoso era um dos indivíduos auctores do cobarde e vil assassinato do distincto cavalheiro Alamy Delascar, roubado traiçoeiramente á familia e á sociedade, pela malvadez de perversos faccinoras. Este nefando attentado deu-se na Bagagem, ha dous annos; e Cardoso, escapando á acção da justiça, veiu cair fulminado ás mãos de uma pobre criança - como que representando um instrumento do Deus da justiça.

Este menino apresentou-se logo ás auctoridades da Ponta Nova, entregando-se á prisão."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 07 de Março de 1894, pág. 01, col. 02

Sobrenome Munhoz

"MUNHOZ - Sobrenome português de origem espanhola. MUÑOZ, a forma espanhola original, vem de Munho (Muño), Munhio. Sua origem é objeto de controvérsias, mas parece estar vinculado a Muniz.

Esta família começa em Dom Munhoz Rodrigues, paid do conde Dom Rodrigo Munhoz, e deste procedeu Dom Diogo Munhoz, rico homem e mordomo-mór de Dom Afonso VII, rei da Castela e de Leão."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 01 de Outubro de 1993, pág. 02

Sobrenome Gonzaga

"GONZAGA - Toponímico. Provém do basco. Vulgarizou-se por influência do culto a São Luís Gonzaga.

Os Gonzaga são 'uma família principesca italiana. De origem controvertida, seus membros estabeleceram-se em Mântua, nos últimos decênios do século XII, tornando-se em pouco tempo uma das famílias mais ricas da região. Luís Gonzaga foi proclamado em agosto de 1328 capitão-general de Mãntua, depois de matar Gasserino Bonacolsi, tirano local. Foi-lhe reconhecido, também, o direito de nomear o seu sucessor. No ano seguinte tornou-se vigário imperial. A participação nas guerras da província e diversos matrimônios ampliaram, ainda mais, o poderio da familia. Em 1432, João Francisco Gonzaga recebeu do imperador Sigismundo, do Sacro Império, o título de primeiro marquês de Mântua. A família continuou a exercer papel decisivo na vida política e militar da península. O tronco central, porém, dos Gonzaga de Mântua, extinguiu-se com Vicente II, que morreu em 1627, sem deixar herdeiros. No entanto, a família teve diversas ramificações.

Entre os Gonzaga brasileiros, destacam-se Hedwiges Gonzaga, compositora, mais conhecida pelo apelido de Chiquinha Gonzaga, falecida em 1935; Tomás Antônio Gonzaga, poeta de valor reconhecido, participou da Inconfidência Mineira e foi exilado na África, onde morreu em 1810."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 21 de Maio de 1992, pág. 02

Sobrenome Cogominho

"COGOMINHO - Primitivamente alcunha. Talvez venha de topônimo. Etimologicamente de 'cucuminus', que vem de 'cucumis', que significa pepino. 

A família procede de Pedro Álvares Cogominho, o primeiro que levou a tomada de Évora, por Geraldo Sem Pavor, a serviço do rei Dom Afonso Henriques."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 11 de Julho de 1991, pág. 02

Tenente Ignacio Gomes

"Registro mortuario

(...)

No Areial falleceu, ha dias, o tenente Ignacio Gomes, vulgarmente conhecido por Ignacio Thebas.

O finado, diz uma folha do Rio Grande, que contava 81 annos de idade, 'foi um d'esses paladinos da sagrada causa da democracia rio-grandense na gloriosissima revolução de 1835.

Ao lado de Bento Gonçalves, de Domingos de Almeida, Garibaldi e outros vultos homericos da grande jornada, o valoroso soldado combateu denodadamente em pról de triumpho da idéa republicana.

Conservava no corpo as cicatrizes dos diversos combates em que tomou parte, animado sempre dos intuitos patrioticos que dominavam os heróes d'aquelle glorioso movimento.'

Paz aos manes do velho republicano."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 16 de Abril de 1892, pág. 02, col. 02