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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Famílias nobres da Espanha - Parte 21


Livre adaptação da obra: PIFERRER, Francisco. Nobiliario de los Reynos y Señorios de España. Madrid: La Redaccion, 1857. 

Fontes consultadas para adições: https://es.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Portada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

401. Rol, Rool ou Rolin

Por ocasião da segunda cruzada cristã em direção a Palestina, em 1147, saiu da Normandia, no norte da França, e juntando-se a ela contingentes ingleses, uma poderosa armada de cerca de 150 embarcações que pretendia atingir o mar Mediterrâneo contornando a Península Ibérica. Comandada por Arnold III de Aerschot, Christian de Ghistelles, Henry Glanville, Simon de Dover, Andrew de Londres, Saher de Archelle e o conde de Linzol, a expedição acabou aportando em Porto, Portugal, e contribuiu decisivamente no esforços do rei português Afonso Henriques (reinado de 1139 a 1185) no cerco de Lisboa contra a Taifa de Badajoz. 

Distinguiu-se nesta campanha, o capitão Guinichil Rolin, normando que acabou assentando-se no jovem reino luso. Por serviços prestados, recebeu o senhorio da vila de Azambuja.

As principais ramais desta linhagem primeva estabeleceram-se em Castela, Extremadura e na vila de Alcântara.

402. Flores y Gutierrez

A linhagem ascende ao século XIII, e surge com Hugo Flores, fidalgo da casa de Flores, procedente do Reino de Leão, que se contraiu matrimônio com Mari Gutierrez, filha do alcaide do castelo de Almenaras Marcos Gutierrez. Por ocasião do casamento, Hugo Flores incorporou o sobrenome da esposa, como era costume da época, e passou a se denominar Hugo Flores y Gutierrez, inaugurando a linhagem.

Seu solar primitivo foi na vila de Brozas, na Extremadura. As mais ilustres ramais apareceram posteriormente em Cáceres, Trujillo, Badajoz e outros pontos do sul da Espanha.

403. Becerra

A linhagem estremenha tem origem em Hernando Becerra, que adquiriu executória de fidalguia em meados do século XV. Hernando Becerra era procedente dos Bezerra de Portugal, que remontam ao período de Sancho II (reinado de 1223 a 1248).

404. Moscoso

A linhagem tem origem em Suero Vázquez de Moscoso, fidalgo galego que se transferiu à Andaluzia no final do século XIV. Casado duas vezes, Suero Vázquez de Moscoso teve filhos apenas com a primeira esposa, Teresa de Figueroa, sendo três homens e uma filha. Esta é a origem do tronco andaluz, portanto.

Desta linhagem surgiram ramais que se espalharão pela Andaluzia e Extremadura.

405. Alvarado

A linhagem tem origem em Juan de Alvarado, que foi comendador da Ordem de Santiago em Hornachos e alcaide de Albuquerque, ambas localidades .na Extremadura. Era filho de Garcí Sanchez, senhor da casa de Alvarado, situada nas montanhas entre Trasmiera e Ramales, na Cantábria. 

A linhagem remonta ao século XIV e é estremenha.

406. Esquivel

A linhagem principia-se com Juan Martínez de Villarreal e María de Esquivel, ambos procedentes de Vitoria, no País Basco, que se estabeleceram em Badajoz, Extremadura, no século XIV.

407. Contreras

A linhagem é dos tempos do Condado de Castela (entre 850 e 1065), e conta-se um Fernán Sasa de Contreras no século X. Em termos documentais há uma carta de doação de terras a Garcí Martínez de Contreras, confirmada por Afonso VIII de Castela (reinado de 1158 a 1214) em 1168. Na mesma época, outra escritura é registrada em 1170, com bens auferidos a Martín Gonzales de Contreras.

A linhagem é muito prolífica em toda a história ibérica, com muitas ramais e novas linhagens surgindo.

A linhagem estremenha surge no século XIV com Hernando Martínez de Contrera.

Segundo Argote de Molina, Contreras foi uma localidade situada na merindade de Santo Domingo de Silos, em Castela.

408. Bañez

A casa de Bañez na Extremadura tem parentesco com a casa de Tovar, sendo seu primeiro ascendente Martín Gonzales de Tovar e Bañez, no século XIV. Martín era filho de Sancho Ibañez e neto do senhor da vila de Mondragón, em Biscaia, onde esta o antigo castelo de Bañez.

409. Bejarano

A linhagem tem origem na Extremadura.

410. Solís

Na segunda metade do século XV, três ramais desta linhagem, todas procedentes de Castela, estabelecer-se-ão na Extremadura, dando começo as suas respectivas e novas linhagens.

A primeira começa com Gomez de Cáceres y Solís, mestre da Ordem de Alcântara e valido do rei Henrique IV de Castela (reinado de 1454 a 1474); a segunda com Fernán Gomez de Solís, alcaide do castelo de Badajoz; e a terceira, com Gutierrez de Cáceres y Solis, conde de Coria.

411. Golfín, Holguin, Holguín ou Golfin

No século XIII houve na Andaluzia e Extremadura, um bando cristão muito poderoso, que usando táticas de guerrilha, atacava sistematicamente as taifas hispano-mouras do sul da península, causando-lhe estragos e prejuízos, que eram conhecidos como Golfines. Devido ao saque e as terras que amealharam para si, as montanhas ao redor da vila manchega de Almuradiel, constituíam um enclave quase que totalmente independente em zona de ocupação muçulmana. Tanto que, com as guerras de Reconquista do século XIII, o próprio monarca Afonso X de Castela (reinado 1252 a 1284) reconheceu a soberania do grupo e lhe conferiu imediatamente executória de fidalguia ao seu líder, Alfon Perez Golfín em 1282, que é considerado o iniciador da linhagem dentro da nobiliarquia espanhola. Seu primevo solar foi em Cáceres, na Extremadura.

412. Dosma y Delgado

A linhagem remonta a segunda metade do século XIII e principia-se na Extremadura.

413. Escobar

A linhagem tem parentesco com a casa real de Castela e se inicia com Fernando de Escobar, senhor da casa de Escobar, na região da Terra de Campos, em Castela, tendo adquirido fidalguia em 1253.

Diego Lopez de Escobar, pentaneto de Fernando de Escobar, passou a Trujillo, na Extremadura, dando começo à linhagem própria. Diego era cavaleiro da Ordem de Santiago.

414. Vera

A linhagem tem início com Fortún Sanz de Vera, cavaleiro que esteve envolvido nas campanhas aragonesas de Reconquista do século XIII. Tinha ascendência leonesa, mas estabeleceu-se na Extremadura, onde o tronco familiar se desenvolveu.

415. Rocha

A linhagem tem início com Juan Rodríguez de la Rocha, alcaide de Badajoz, na Extremadura, no fim do século XIII.

416. Chumacero

A linhagem tem origem em Vasco Yañez Chumacero, oriundo da Galícia, donde é o primitivo solar dos Chumacero. Vasco casou com Catalina Gonzales e assentou-se em Valencia de Alcántara, na Extremadura, de onde surgiu a linhagem distinta estremenha e não galega.

417. Godoy

A linhagem tem origem no princípio do século XII com Rodrigo Alfonso de Godoy, cujo mais antigo solar foi em San Pedro de Tenorio, na zona montanhosa da Galícia. Desta linhagem descendem as ramais andaluza, estremenha e norte-africana do sobrenome.

Segundo Silva y Almeida, etimologicamente provém de termo arcaico galego goido, sendo que significa godo. Godo em sentido metafórico medieval podia equivaler a valente, guerreiro esforçado, ou o mais provável, a guerreiro tão destemido, a ponto de agir de modo irresponsável, lançando-se na batalha com ímpeto voraz.

418. Hoces

A linhagem tem origem na Extremadura.

419. La Vera

A linhagem tem origem em Jacome de Oviano, membro da família dos duques de Avignon, na França, que se transferiu à Castela em 1195 e tomou parte na Batalha de Alarcos. Segundo as narrativas medievais, Jacome no evento da batalha, teria rompido uma das fileiras inimigas, bradando aos seus comandados a seguinte expressão: Santiago! A la vera, caballeros, a la vera! Que significa algo como: Por Santiago! Passemos ao flanco, cavaleiros, ao flanco! Ou seja, Jacome teria percebido o ponto fraco do inimigo numa das laterais da formação das tropas e conseguido atacar com eficiência, deste modo.

Apesar da derrota castelhana, o rei Afonso VIII de Castela (reinado de 1158 a 1214) retribuiu os préstimos dos sobreviventes, sendo um deles Jacome de Oviano, que por sua famosa expressão, passou a ser conhecido com o apelido La Vera, incorporando assim o epíteto ao sobrenome e inaugurando uma linhagem distinta na Ibéria.

420. Sanchez de Badajoz

A linhagem tem origem num cavaleiro conhecido tão somente como Sanchez, que participou da tomada da cidade de Badajoz, entre 1228 e 1230, a mando de Afonso IX de Leão (reinado de 1188 a 1230). Por serviços prestados, recebeu terras e título de fidalguia e inaugurando a linhagem na Extremadura.

Sobrenome Morgado


"MORGADO - Sobrenome português metanímico. Significado: 'primogênito ou herdeiro de possuir bens vinculados; filho mais velho; filho único'. Discute-se etimologicamente sua origem: tanto pode vir do latim como do germânico."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 24 de Setembro de 1993, pág. 02

Sobrenome Godinho


"GODINHO - Topônimo. Provém de Gotinus, nome referente aos godos. O sobrenome vem de Godinho Fefez, rico homem, filho de Fáfez Serrazins de Lanhoso, o que morreu em Água das Mayas diante do rei Dom Garcia de Portugal. Seu solar foi na freguesia de São Martinho de Galego, julgado de Lanhoso."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 16 de Janeiro de 1992, pág. 02

Sobrenome Brasil


"BRASIL - Sobrenome localizado nas Ilhas dos Açores, antes de 1500. Toponímico. Denominação ligada à madeira tintorea 'pau-brasil', mas como étimo é muito mais antigo. Em 1085 falava-se em 'Bersil'; em 1160, 'Bresil'; em 1163, 'Bresili'; em 1208, 'Brezelli'; em 1121, na Espanha, 'Brasill'; em 1252, em catalão 'Brasil'; em 1306, em Modena, Itália, 'Braxil'; na França em 1321 'Brisolium'; em 1368, 'Brisiaci'; e em 1390 na Inglaterra, 'Brasyl'.

É nome de porto no Amazonas e em Minas Gerais. É nome de cidade nos Estados Unidos, no estado de Indiana. E na Ilha Terceira dos Açores é monte, em que 1591 Felipe mandou construir o Forte de São João Batista.

Personalidades: Joaquim Francisco de Assis Brasil (1857-1938), político, escritor e promotor da lavoura e pecuária rio-grandenses; Tomás Pompeu de Sousa Brasil, sacerdote brasileiro, homem de letras e educador (1818-1864); Vital Brasil, médico e cientista (1865-1950)."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 15 de Outubro de 1990, pág. 04

Antonio Ribeiro


"Um veterano

Falleceu no dia 7 de fevereiro d'este anno, na fazenda do Chrystal, em casa do cidadão Joaquim Gonçalves da Silva, o ex-clarim mór do exercito republicano rio grandense, Antonio Ribeiro, que servio de corneta effectivo do general Bento Gonçalves.

RIbeiro tinha servido na campanha de 1825, como praça do 4o. regimento de cavallaria de 1a. linha, e quando appareceu a gloriosa revolução de 35, acompanhou o general Bento Gonçalves até o dia da capitulação da Ilha do Fanfa.

Quando Bento Gonçalves regressou á provincia, Antonio Ribeiro apresentou se novamente ao seu general e d'ahi por diante foi sempre o seu corneta effectivo.

Ribeiro, homem de côr parda, era muito morigerado e destemido soldado.

Este veterano, poucos dias antes de seu fallecimento, mandou tirar o seu retrato que existe em poder do cidadão Joaquim Gonçalves da Silva."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 03 de Março de 1887, pág. 01, col. 03