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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Famílias nobres da Espanha - Parte 01


Livre adaptação da obra: PIFERRER, Francisco. Nobiliario de los Reynos y Señorios de España. Madrid: La Redaccion, 1857. 

Fontes consultadas para adições: https://es.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Portada

1. Abrantes

A casa de Abrantes procede da casa real de Portugal. No ano de 1625, Dom Alonso de Portugal y Alencastre, marquês de Porto Seguro e de Sardoal, filho de Dom Álvaro de Portugal y Alencastre, 3o. duque de Aveiro, e de sua esposa Dona Juliana, foi nomeado general de galeras do Reino da Espanha; e em 1645, o rei Felipe IV lhe concedeu o título de duque de Abrantes com grandeza.

2. Zúñiga

Segundo o Libro Becerro, a casa de Zúñiga tem origem em Navarra e inicia-se com Dom Diego Lopez de Zúñiga, que foi o primeiro conde de Nieva durante o reinado de Henrique III de Castela (reinou de 1390 a 1406). Seu neto, Dom Alvaro de Zúñiga foi duque de Arévalo e conde de Plasencia.

3. Fernandez de Córdoba

No ano de 1455, o rei Dom Henrique IV de Castela concedeu o título de conde de Cabra a Dom Diego Fernandez de Córdoba, o qual casou com Dona María Carrillo. Desta união nasceu Dom Diego Fernandez de Córdoba, segundo conde de cabra e senhor de Baena.

4. Ramirez de Arellano

Dom Juan Ramirez, senhor de Arellano, em Navarra, e de Los Cameros, em Castela, foi favorito (valido) do rei Carlos II de Navarra (reinou de 1349 a 1387). Seu filho, Juan Ramirez de Arellano, pereceu na Batalha de Aljubarrota. Um de seus descendentes, Dom Alonso Ramirez de Arellano foi o primeiro conde de Aguilar.

5. Acuña

Dom Fernan Paez, filho de Dom Pelayo Gutierrez, senhor da quinta e da torre de Silva, foi senhor da localidade de Acuña, em Portugal, da qual seus descendentes incorporam o topônimo ao sobrenome. A linhagem descende da casa de Silva, a qual procede da casa real de Astúrias e Leão.

6. Enriquez de Luna

A linhagem é aparentada com a casa de Abrantes.

7. Enriquez de Sevilla

A linhagem é uma derivação da casa de Abrantes.

8. Carvajal

Dom Alonso de Carvajal Osorio, sétimo senhor das vilas de Jodar, Tobarueal, Villarin, Pesquera, Alameda e Belmez, comendador de Montiel e Osa, membro da Ordem de Santiago, faleceu em Madrid em 1589. Casou-se com Dona Catalina Carrilo de Albornoz Mesía, e desta união nasceu Dom Gonzalo de Carvajal, que foi o primeiro marquês de Jodar - título concedido por Felipe III da Espanha (reinou de 1598 a 1621).

9. Alvarez de Toledo

Em 1496, os Reis Católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela criaram o condado de Cedillo em favor de Dom Antonio Alvarez de Toledo, e em 1624 Felipe IV confirmou este título em favor de Dom Antonio Alvarez de Toledo y Luna, descendente do primeiro.

10. Lopez de Ayala

Dom Pedro Lopez de Ayala  (1332-1407), bisneto de Dom Lope Diaz, décimo senhor de Biscaia, foi o primeiro que usou este sobrenome, inaugurando a linhagem. Teve papel destacado no Reino de Castela.

11. Febrer

A linhagem remonta a Mosen Jaime Febrer, cavaleiro valenciano que atingiu a fidalguia em 1276. Seu pai Dom Guillermo Febrer, esteve a serviço ao rei Jaime I de Aragão na conquista de Mallorca e Valência.

12. Gimenez

A linhagem tem origem em Aragão, sendo seu primitivo erigido nas Montanhas de Jaca.

13. Sanjuanena

A linhagem procede de Guipúzcoa, e tem seu solar na vila de Berástegui. A nobreza foi adquirida por concessão da Junta Geral de Guipúzcoa, em 18 de Novembro de 1643. Um descendente desta linhagem, possuidor do solar de Barrenechea de Zalain, adquiriu também a condição de fidalgo na vila de Vera, em Navarra.

14. Boulet

A linhagem é recente, pois surge apenas no século XIX. Remete ao quinto marquês de Liédena, em Navarra, Dom Rafael Mariano Boulet Victoria de Ahumada Velasco y Chavarino.

15. Abadal

A família tem origem no município de Vich, no Principado da Catalunha. Carlos IV da Espanha concedeu a fidalguia a Dom Francisco Abadal Fontanellas y Pradell em 1792, síndico procurador-geral de Vich, e posteriormente regedor da mesma localidade.

16. Fontanellas y Pradell

Durante a Guerra de Sucessão Espanhola (1711-1713), houve um famoso bandido na Catalunha, chamado Juan Serrallonga, que aterrizou muitas comarcas daquela região. Salvio Fontanellas y Pradell, auxiliado por um filho, foi o responsável pela captura do salteador, o que lhe catapultou a ser agraciado por um título de fidalguia. Um antepassado seu, Salvio Fontanellas, que viveu cerca de 150 anos antes, também foi possuidor de um título menor.

17. Odriozola

A linhagem procede de Guipúzcoa, e tem seu solar conhecido na vila de Azpeitia.

18. Ibañez

Pedro Ibañez foi senhor de muitas vilas e aldeias, tendo as recebido por serviços prestados ao rei Fernando III de Castela e Leão (reinou de 1217 a 1252), quando houve a campanha de conquista da Andaluzia.

19. Castro

A origem da linhagem e do sobrenome propriamente é fruto de muitas interpretações e dúvidas, dado que Castro deriva do latim castrum e significa "castelo, fortaleza". Só em Castela, há cinco principais solares históricos com a denominação Castro. Fora em outros pontos da Península Ibérica.

A narrativa mais conhecida remete a uma figura lendária do antigo condado de Castela (quando este ainda era parte do Reino de Leão), Flaino ou Laín Gundesindez, mais costumeiramente chamado de Laín Calvo, senhor das aldeias de Villar e Villalain e juiz de Castela. Laín Calvo é documentado durante o reinado de Ordonho II de Galícia e Leão (910-924). Segundo as crônicas antigas, Laín Calvo casou-se com Dona Teresa Nuñez, filha de Nuño Nuñez Rasura, e, desta união nasceu Diego Lainez, que viria a ser considerado o primeiro da linhagem dos Castro.

20. Prieto 

A linhagem descende do infante Dom Juan, filho do rei Bermudo II de Leão (reinou de 985 a 999). Por possuir uma tez mestiça, foi alcunhado de el Prieto, tendo se destacado como combatente dos mouros nas fronteiras do reino.






Sobrenome Mendoça


"MENDOÇA - Sobrenome português, originado do espanhol. Vem de Mendoza, que é topônimo. É uma das primeiras casas não só da região vascongada, senão de toda a Espanha. Linhagem rival de Guervara desde os tempos mais antigos, conforme L. de Salazar.

Procedem os Mendoza de Lain Calvo e de seu primogênito Fernan Lainez. De conformidade com o que informa A. de Vilas Boas e Sampaio, 'são descendentes dos senhores de Miscaia e muito antigos'. Iñigo Lopes, rico-homem do rei Dom Sancho I de Castela, foi o primeiro que se chamou de Mendonça, apelido que tomou do lugar de MENDONÇA, na montanha da província de Alava."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 10 de Setembro de 1993, pág. 02

Sobrenome Frota


"FROTA - Do latim 'fluctus'. Também pode vir do germânico 'frau(i)tta', diminutivo de 'frao', 'senhor'; ou de 'frao', que significa 'alegre, ágil'."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 18 de Dezembro de 1991, pág. 02

Sobrenome Chicó


"CHICÓ ou CHICO - Sobrenome português que deriva do termo espanhol 'chico', que significa pequeno. Também pode derivar de um hipocorístico por influência dos falares afro-brasileiros de outrora.

Personalidade: Mário Tavares Chicó, historiador da arte português (1905-1966)."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 05 de Julho de 1991, pág. 03

Incidente num maxixe de Arroio Grande


"Sobre a noticia da morte de um individuo, praticada pelo subdelegado de policia do Arroio Grande, de que já demos uma ligeira noticia, eis o que encontramos no Diario de Jaguarão:

'Na villa do Arroio Grande, em a noite de 20 do passado, teve lugar um deploravel acontecimento, em que tomou parte a policia.

Segundo somos informados, um oriental, emigrado, de nome Severino, estando um pouco alcoolisado, acompanhado de outro emigrado, pretendeu dar um baile ou maxixe em casa de um preto livre de nome Agostinho. Recusando-se este a prestar sua casa para tal divertimento, Severino, com a impertinencia do homem ebrio, insistio em seu proposito, o que obrigou o preto Agostinho a ir pedir protecção á policia. Intervindo então o subdelegado de policia Cyrillo Ribeiro, com algumas praças, prendeu um dos emigrados e o conduzio á cadêa, deixando o oriental Severino entregue a duas praças.

Quando regressou, encontrou Severino que se oppunha á prisão, dizendo não haver commettido crime algum. O subdelegado, querendo fazer effectiva a prisão, desembainhou a espada e deu lhe algumas pranchadas.

Severino procura fugir e cahe em um barranco, no qual tambem cahio o subdelegado, que ia em sua perseguição.

Dentro do barranco travaram luta, na qua foi o subdelegado Cyrillo cortado em ambas as mãos, soffrendo ainda um golpe que decepou-lhe o nariz.

Conseguindo Severino escapar-se do barranco, pretendeu fugir uma cerca, voltou se, e n'essa occasião o subdelegado desfechou-lhe um tiro de revolver, que o prostou morto, indo a bala cravar se debaixo de um dos olhos.

Procurando-se em acto continuo o pedaço do nariz do subdelegado, foi encontrado, e o dr. Enedino immediatamente fez a operação, ajustando lhe ao nariz a parte decepada.

Houve muita imprudencia e precipitação por parte do subdelegado de policia, que devera usar de meios brandos para conter um desgraçado ebrio, e não espancal-o á espada, como o fez.

O ebrio não é um criminoso, é um infeliz, que deve ser posto em custodia para não fazer mal a si ou a outrem. E a policia deve proceder em relação a elle como o enfermeiro em relação ao doente."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 11 de Dezembro de 1886, pág. 02, col. 03