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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Miguel Archanjo de Figueiredo


"Registro mortuario

Vimos telegramma official, procedente de Cruz Alta, referindo que falleceu hoje ali o dr. Miguel Archanjo de Figueiredo, juiz de direito d'aquella comarca.

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No Rio Grande acaba de fallecer o coronel André Alves Leite de Oliveira Salgado, despachante geral da alfandega.

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No dia 2 do corrente finou-se em S. Gabriel a estimada joven exma. sra. Fortunata Martins de Faria.

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No Alegrete falleceram ao mesmo tempo dois filhinhos do sr. Olyntho Nunes de Miranda, que, pouco antes, havia perdido uma filha.

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Em Santa Maria da Bocca do Monte falleceu d. Joanna Carvalho, esposa do cidadão Henrique de Carvalho.

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Na Uruguayana falleceu a exma. sra. d. Octacilia do Nascimento Mibielli, esposa do nosso amigo dr. Pedro Affonso Mibielli, a quem apresentamos pesames.

(...)"

Fonte: A FEDERAÇÃO(Porto Alegre/RS), 22 de Novembro de 1892, pág. 02, col. 06

Cenas da escravidão em Tanganica no século XIX


"A África e a escravidão

Segundo um collega devia ter sido publicada em Berlim, nos ultimos dias do mez passado, a nova obra do celebre explorador da Africa, o major Wissmann, intitulada: A minha segunda travessia da Africa equatorial. Esse trabalho, onde se devem encontrar poucos dados scientificos importantes, por isso que a viagem já data de muitos annos, é entretanto um quadro desolador e pungente das scenas revoltantes da escravidão no interior do infeliz continente.

O sr. Wissmann descreve scenas a que assistiu e que são hediondas; viu no lago Tanganika navios carregados de escravos e por tal fórma amontoados que os commandantes, receiando qualquer naufragio, por causa da violencia do vento, lançaram os infelizes á agua; outra vez, no mesmo lago e nas mesmas circumstancias, foram atirados á agua escravos, afim de salvar-se uma tropa de animaes, encommendada por um rico arabe! tudo quanto os viajantes têm referido sobre as caravanas de caçadores de escravos não é exagerado, a acreditar-se no major Wissmann.

O seu livro será lido com soffreguidão, e não deixará de produzir boa impressão, recordando á civilisação os seus deveres para com a misera população da Africa."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 14 de Maio de 1891, pág. 02, col. 03