Em 13 do corrente, diz uma folha de Bagé:
Seriam mais ou menos dez horas da manhã, quando, de envolto com um chuvisqueiro miúdo, começaram a cahir, impellidos por um violento nordeste, abundantes capuchos de neve.
Durante meia hora continuou a chuva dos brancos flocos, que apresentavam realmente um aspecto encantador, semelhando pequenas borboletas a esvoaçarem no espaço."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 18 de Julho de 1885, pág. 01, col. 05
"Geada
Lemos no Rio-Grandense de Pelotas:
O sr. Lino José Moreira, chegado de Bagé no dia 1 do corrente, pela estrada de ferro, conta que desde as duas horas da madrugada do mesmo dia cahio neve em tanta quantidade, que junto á estação eleva-se á altura de um metro.
Na cidade de Bagé era necessario abrir caminho através da neve para passar de um passeio a outro.
Este phenomeno durou até ás 9 horas, obstruindo o caminho, vergando os ramos das arvores e pondo o gado sem movimento, segundo foi observado pelos passageiros.
Os habitantes mais antigos d'aquella cidade dizem que não se lembram de um facto que ao menos se approxime a este.
Conta mais o Sr. Lino que no espaço comprehendido entre a estação de Candiota e Rio Negro collocaram no trilho uma grande pedra para o fim de produzir uma catastrophe.
Felizmente o obstaculo pôde ser visto a tempo, sendo logo removido."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 14 de Agosto de 1885, pág. 01, col. 05