Páginas

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Colonia Dona Isabel em 1885


"Escrevem-nos d'ali em 2 do corrente:

<<A Federação prestará grande serviço se levar á publicidade as linhas que escreve sobre o estado das estradas aqui.

<<A cinco kilometros de S. João, para cá, ha uma quadra de caminho, mais ou menos, que conserva-se pessima. O caminho, além de ser uma subida forte, é pouco espaçoso e cheio de atoleiros, e só a grande custo póde subir ou descer uma carreta.

<<Este lugar denomina-se Fachinal.

<<Entre o 14 e 15 kilom. ha uma picada tão estreita, que custa acreditar como por ali passa uma carreta. Em muitos pontos o lugar não passa de 6 a 6 1/2 palmos.

<<No emtanto creio que com insignificante despeza se collocariam esses caminhos em facil transito.

<<Entre o kilom. 18 e 19 está o morro de Kaureca, subida muito forte e que não tem menos de tres quadras. Pelo lado direito existe cerca de pedras em alguns lugares, porém em outros ha apenas o despenhadeiro.

<<Este pedaço de caminho é cruel. Além de ser extremamente estreito, n'elle existem grandes buracos e pedras soltas, que são um grande perigo nos viandantes.

<<N'este ponto tambem é pouco dispendiosa a despeza, com os necessarios concertos.

<<No caminho da colonia Conde d'Eu para esta colonia, em uma volta importante, está interceptado o transito de carretas, devido ao desmoronamento de um aterrado, com as ultimas chuvas no mez passado.

<<Isto causa bastante transtorno ao commercio, e não se falla em sanar o mal.

<<Este aterro vem margeando um arroio pela direita. É o ponto denominado Engenho do Looz.

<<Muitos outros caminhos estão péssimos, mas n'esse lugar é que o transito torna-se difficillimo.

<<Se não houver quem tome providencias, no proximo inverno será impossível transpôr o caminho para esta colonia.>>

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 15 de Janeiro de 1885, pág. 01, col. 03