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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O Quilombo do Manoel Padeiro - Parte III

"Possivelmente em fins de abril, Mariano pediu licença a Manoel Padeiro para ir vender milho e comprar fumo e pólvora nas proximidades da vila de Pelotas. O general concedeu a permissão e enviou pai Francisco com o crioulo. A documentação sugere a fina razão da escolha. Depois de roubarem e ensacarem milho, os dois quilombolas dirigiram-se, numa viagem de nove dias (ida e volta), a uma venda em Boa Vista, nas proximidades de Pelotas, de propriedade do africano liberto Simão Vergara, conhecido pelos quilombolas como pai Simão. O africano alugava parte da casa em que morava, e outras casas de sua propriedade, para negros ganhadores.

A venda do pai Simão não seria das mais providas. Sua esposa, a preta Teresa, acompanhou pai Francisco para que comprasse sem problemas erva-doce, pimenta-do-reino, açúcar e cominhos, em outra bodega. Na venda de pai Simão, os quilombolas compravam fumo e a preciosa pólvora. Mariano declarou que as negociações entre pai Simão e pai Francisco se deram na 'língua do Congo', que ele não conhecia. O fato de os dois africanos serem chamados de pai e conhecerem o quicongo, sugere que seriam congos de nação e, talvez, da mesma idade.

Não seria muito sólida a solidariedade nacional. Pai Simão trapaceou de tal modo o conterrâneo, pouco afeito aos negócios, ao trocar a valiosa moeda que o Padeiro lhe entregara para as compras, que o general castigou com laçaços os viajantes, quando voltaram ao quilombo. Mariano, talvez por pudor, relatou apenas que pai Francisco teria sido 'xingado' pelo Padeiro. Chama a atenção o fato de que o castigo físico, como forma de punição de faltas cometidas, um dos pilares do escravismo, penetrasse tão fundo na consciência dos trabalhadores escravizados que fosse por eles adotado mesmo na liberdade do quilombo.

Depreende-se igualmente da documentação a dominância das determinações sociais sobre as raciais e étnicas na ação dos quilombolas. Era o fato de serem cativos fugidos e perseguidos que unificava o grupo formado de trabalhadores escravizados nascidos no Brasil ou na África. A ação dos quilombolas não parece ter sido regida por uma consciência racial que se sobrepusesse às contradições e às necessidades vividas pelo grupo. As crioulas e as pretas Maria, Florência e Doroteia foram notificadas pelos quilombolas que ficavam livres, ao serem obrigadas, à força, a acompanharem os atacantes. Durante o tempo que permaneceram com o grupo, foram estreitamente vigiadas pelos quilombolas.

A serra dos Tapes era uma zona de médias e pequenas propriedades dedicadas à produção de gêneros de subsistência. Grandes, médios e pequenos senhores tinham chácaras na serra. As nove casas incendiadas possuíam coberturas de palha, o que sugere, numa região onde eram abundantes as olarias, parcos recursos ou investimentos. Propriedades assaltadas, queimadas ou saqueadas pertenciam a pardos, livres ou libertos. Alguns deles eram senhores de escravos.

Os quilombolas pareciam não fazer diferença entre senhores brancos e negros. Eles arrombaram a residência e assassinaram o pardo liberto José Alves, segundo parece, pequeno proprietário. Após saquearem e incendiarem a casa, carregaram à força a filha de Alves, a mulata Senhorinha. Israel, irmão de Senhorinha, integrou o grupo armado que atacou os quilombolas, libertou as mulheres e matou João, 'Juiz de Paz', e Rosa.

A documentação registra também o ódio dos quilombolas aos capatazes, como eram chamados os feitores gaúchos. Os capatazes Domingos José Enes, português de 54 anos, e Eufrázio Antônio de Silva, foram duramente feridos e castigados pelos quilombolas. Durante o ataque da chácara de Tomás Flores, ao saberem que o capataz se encontrava na casa, os quilombolas arrombaram uma janela a machadadas e retiraram e balearam Domingos Enes, deixando-o por morto. Na ocasião, a mulata Maria, sequestrada pelos quilombolas, teria gritado que matassem o português porque 'era mau'. A consciência dos trabalhadores escravizados - fugidos ou sequestrados - se fundia diante da possibilidade de ajustar contas com um capataz talvez sobremaneira impiedoso.

Após porém a serra dos Tapes em chamas e despertarem a ira e o medo dos senhores pelotenses, em 16 de junho de 1835, como vimos, os quilombolas foram atacados por uma patrulha que caiu sobre o acampamento e apoderou-se das mulheres e do tesouro de guerra dos quilombolas. Dois fujões morreram no combate e os outros conseguiram escapar. Porém, mesmo debilitados, a seguir os quilombolas reagruparam-se e reiniciaram os ataques.

Duas semanas mais tarde, no início de julho, os seguidores de Manoel Padeiro, em número de seis a oito, atacaram à noite uma olaria, próxima de Pelotas, com o intento de libertarem 'negros' e 'negras'. No assalto, o mulato Antônio feriu gravemente o capataz do estabelecimento. Segundo parece, os fujões não conseguiram seus intentos. Na mesma noite, atacaram uma venda, no caminho da serra, onde obtiveram pão, farinha e fumo. Em 9 de julho, durante a marcha de volta à serra dos Tapes, encontraram Antônio Grande, que foi chumbeado, degolado e decapitado, segundo Mariano, por ter feito a 'partida' a 'João, Juiz de Paz'.

Entretanto, a sorte dos quilombolas estava selada. Em 12 de agosto, o juiz de paz do Terceiro Distrito participava que uma 'partida' atacara um grupo de oito quilombolas e conseguira matar Manuel Cabunda, que, como vimos, se incorporara aos quilombolas após escapar de por eles ser morto. Após este ou um outro ataque subsequente, Mariano, desgarrado dos companheiros, procurou refúgio, em 10 de setembro, na propriedade de Bernardino Rodrigues Barcelos, onde foi, três dias depois, preso à traição.

Mariano foi julgado por aqueles que ofendera, quando fugira ao trabalho e ao látego e atentara contra a vida e a propriedade senhoriais. Seu processo foi mais uma farsa da justiça escravista. Abandonado pelo senhor, Mariano foi 'defendido' por um advogado, nomeado de ofício, que nem mesmo se deu ao trabalho de recorrer contra a pena de morte votada 'unanimamente' pelos jurados. Se sua pena não foi posteriormente reformada, Simão Vergara pagou com quinze anos, seis meses e vinte dias de prisão o ato de ter vendido pólvora aos sublevados.

Segundo uma publicação pelotense, de 1928, no início da revolta Farroupilha, em 1835, teria sido entregue 'como contribuição de guerra' a quantia de 'dois contos e duzentos mil-réis', para o combate aos quilombos pelotenses. A expedição, que contou com um 'destacamento de alemães', teria sido feita sob a direção do juiz de paz Boaventura Inácio Barcellos, que teve Joaquim Luiz da Lima como 'lugar-tenente'. As duas principais concentrações de cativos fugidos se encontrariam 'sobre margens de dois arroios de cursos encobertos por densa mataria, afluentes, um do Pelotas outro do Arroio Grande. Não sabemos se esse quilombo era formado por remanescentes do bando de Manoel Padeiro.

Com a revolução Farroupilha, as fugas de escravos multiplicaram-se. Os farroupilhas assaltavam as fazendas dos inimigos e libertavam os cativos que aceitassem lutar como soldados. Os soldados do Império faziam o mesmo nas propriedades farroupilhas. Nas duas fileiras, senhores convocados libertavam trabalhadores escravizados para que os substituíssem na frente de batalha. Um bom número de escravizados procurou um refúgio mais seguro do que as fileiras dos exércitos em luta. A fuga para os países vizinhos e o refúgio em quilombos atraíram um número incerto de escapados. Com a pacificação, temos notícias de várias expedições contra quilombos formados durante o decênio revolucionário. A documentação sobre o período farroupilha foi em parte perdida ou é bastante incompleta."

Fonte: MAESTRI, Mário. Pampa negro: quilombos no Rio Grande do Sul. In: REIS, João José & GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2012, p. 353-355.

O Quilombo do Manoel Padeiro - Parte II

"Na primeira chácara assaltada, encontrava-se Lindaura, a esposa do proprietário, Jerônimo Lopes Garcia, o que sugere que a serra não se achava ainda deflagrada pelos ataques quilombolas. Na residência, os quilombolas obtiveram farinha, roupas e três armas de fogo. Na ocasião, Alexandre Moçambique propôs o sequestro da senhora Lindaura. Ao que se opôs Manoel Padeiro, certamente consciente de que a ação determinaria uma perseguição implacável ao seu grupo.

Entretanto, o desejo de Alexandre não foi totalmente negado. Os quilombolas terminam carregando consigo a parda Maria, dos Garcias, de 25 anos, que permaneceu com os quilombolas, segundo parece contra sua vontade, por dois meses. Maria foi a primeira de quatro mulheres - três cativas (Maria, Florência e Doroteia) e uma livre (Senhorinha Alves) - sequestradas pelos fujões. O que corrobora a tese de que os quilombolas iniciaram, com esse ataque, a fase mais agressiva de suas andanças na serra.

O processo registra a quase obsessão dos quilombolas por 'crioulas' e 'pretas'. Após serem desbaratadas por uma partida policial, a primeira iniciativa do grupo - não concretizada - foi assaltar uma fazenda para conseguir aliados e 'pretas'. O fato é compreensível. O desequilíbrio sexual da escravidão é fato registrado pela historiografia. Em média, da África chegavam dois africanos para cada africana. Em 1850-88, nas charqueadas pelotenses a taxa de masculinidade encontrava-se em torno dos 87%. Em geral, os quilombos eram formados sobretudo por homens.

Quando do primeiro ataque registrado, o grupo quilombola da serra dos Tapes compunha-se de onze homens e apenas uma mulher. A mulata Rosa, do comendador Barcellos, seria uma decidida quilombola. Vestida de homem e carregando duas facas na cintura, participava ativamente dos ataque calhambolas. Segundo parece, ela não possuía um companheiro fixo. Rosa morreu, resistindo ao primeiro ataque reescravizador, em 16 de abril, junto com João, 'Juiz de Paz'.

Após o assalto à chácara de Jerônimo Lopes Garcia, os quilombolas prosseguiram numa quase incessante peregrinação pela serra. Sem jamais assentarem raízes em um local preciso, alternavam paradas - para descanso, geralmente em acampamentos já utilizados - com o assalto às residências da região. Nove moradias e duas senzalas foram roubadas e incendiadas e um número determinado de casas, rapinadas. As últimas residências assaltadas, antes do ataque policial de 16 de junho, pouco renderam aos quilombolas. Segundo parece, aterrorizados, os moradores haviam abandonado a região, levando o que podiam. Nos assaltos, além das preciosas crioulas e mulatas, os quilombolas obtiveram alimentos (farinha de mandioca, milho, feijão, etc.), vestimentas, fumo, pólvora, armas de fogo e objetos de valor (estribos e colheres chapeadas a prata).

A documentação em questão evidencia um fenômeno comum em outras regiões do Brasil: a promiscuidade entre os quilombolas e a população escravizada. Os seguidores de Manoel Padeiro obtinham informações dos escravos das casas assaltadas. Cativos participantes de ataques, sem em seguida acompanharem os quilombolas. Negros eram trazidos para o acampamento, onde passavam a noite dançando e comendo, para partir ao amanhecer. Porém nem sempre o apoio aos quilombolas era voluntário ou desinteressado. A documentação sugere uma realidade mais complexa. Entre quilombolas e trabalhadores escravizados existia uma identidade, social e cultural, de fato, que levava a que uns e outros dialogassem com singular facilidade e frequência, mesmo quando um cativo se opunha à fuga e ao aquilombamento como solução de seus problemas. Esses profundos laços punham também em contato, algumas vezes em forma contraditória, escravos e ex-escravos."

Fonte: MAESTRI, Mário. Pampa negro: quilombos no Rio Grande do Sul. In: REIS, João José & GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2012, p. 352-353.

O Quilombo de Manoel Padeiro - Parte I

"As súplicas dos senhores pelotenses faziam-se ouvir. A ata da sessão da Câmara Municipal de 9 de julho de 1835 registra ofício provincial, de 30 de junho, determinando a soma de 1600$000 réis 'para se despenderem com a destruição dos quilombolas'. Na ocasião, os edis, insaciáveis, escreveriam à presidência lembrando terem comprometido soma maior com a recompensa dos que prendessem e destruíssem 'os dez quilombolas considerados motores dos roubos, incêndios e assassinatos perpetrados no município'. A recompensa era de 400 mil-réis, pelo chefe do quilombo 'Manoel Padeiro', e de 100 mil-réis por 'cada um dos' seus 'nove companheiros'. Somas, na época, avultadíssimas. Nos anos 1840, comprava-se, em Pelotas, 'uma morada de casa térrea' por 500 mil-réis. Na mesma correspondência, a presidência era informada sobre a gravidade dos fatos e o combate aos quilombolas:

(...) dia a dia se aumentam os roubos, incêndios, assassinatos perpetrados pelos quilombolas, que ousada e astuciosamente têm aterrado os pacíficos moradores da serra dos Tapes e feito abandonar casas e lavouras, tendo-se já perdido muitas colheitas de milho e feijão, que infalivelmente farão falta considerável no consumo da população desse município; e apesar das diligências de dois inspetores de quarteirão da dita Serra, mediante as ordens do respectivo juiz de paz, que tem mandado algumas partidas de gente armada a concluir com semelhantes salteadores, apenas se pode conseguir a tomadia de uma rapariga liberta, que os quilombolas haviam roubado de casa de seu pai, matando a este, nos Potreiros de São Lourenço; e de três escravas que haviam roubado de outras casas, ficando um dos ditos quilombolas morto nesse ataque, e os mais conseguiram escapar-se, entranhando-se pelos matos, talvez por não ser esta empresa determinada como devia: poucos dias depois, apareceram os mesmos quilombolas em alguns lugares, cometendo atentados, chegando a sua ousadia a virem, uma noite, perto desta vila, onde roubaram uma taberna e atacaram uma olaria, cujo capataz ficou gravemente ferido; e há cinco dias mataram um homem casado e com família; e feriram outro, que o acompanhava, isto a pouco mais de duas léguas de distância desta vila, ficando o morto na estrada com a cabeça separada do corpo. Por todos estes motivos, a Câmara, para animar as pessoas que em diferentes partidas andam na diligência de prenderem ou extinguir, na forma da lei, tais malévolos, tem prometido gratificar, com a quantia de quatrocentos mil-réis, a prisão ou extinção do chefe dos ditos quilombolas, Manoel Padeiro, e com duzentos mil-réis por cada um dos nove companheiros daquele facinoroso (...)

No mês seguinte, em 17 de agosto, a Câmara decidia, em poder dos fundos fornecidos pela presidência, e após haverem alcançado algumas vitórias sobre os quilombolas:

(...) aberta a sessão, às dez horas da manhã, depois de se haver conferenciado com o juiz de paz do terceiro distrito, Boaventura Inácio Barcellos, sobre as providências que se precisam dar para a extinção dos quilombos da serra dos Tapes, foi deliberado, por unanimidade de votos, que o dito juiz de paz determinaria haver efetivamente uma partida de sete homens e um comandante, na diligência de prenderem ou extinguirem, na forma da Lei, os ditos criminosos quilombolas, vencendo diariamente o comandante 1280 réis, e os camaradas 640 réis cada um, além da gratificação que terá a partida para prender ou extinguir os quilombolas, a saber, pela cabeça dos ditos malfeitores, Manoel Padeiro 400$000 réis, e de cada um dos seis companheiros do dito cabeça, 100$000 réis; que finalmente, se ordenasse ao procurador desta câmara a entrega de quantia de 300$00 réis ao referido juiz de paz, para as despesas da dita partida, dando ele conta final para se fazerem os competentes assentos.

Em meados de setembro de 1835, na serra dos Tapes, o quilombola Mariano, após se ter dispersado de seus seis companheiros devido à perseguição de tropas policiais, dirigiu-se a um ponto de reencontro, determinado por Manoel Padeiro, general do quilombo. Desarmado e faminto, Mariano pediu ajuda a Luiz, trabalhador escravizado da chácara do comendador Bernardino Rodrigues Barcellos. O companheiro de infortúnio deu-lhe de comer e convidou-o, devido ao frio e à chuva, a se refugiar em uma casa do engenho.

Sobre a cabeça de Mariano pesavam 100 mil-réis de prêmio. O crioulo, natural de Santa Catarina, com uns 25 anos, foi preso em um quarto do engenho, pelo seu suposto protetor. Enviado imediatamente para Pelotas, Mariano foi julgado no início de dezembro, junto com Simão Vergara, africano forro, vendeiro, acusado de vender pólvora aos calhambolas. No processo de Mariano e de Simão, encontram-se anexados os interrogatórios de quatro cativas e uma adolescente livre sequestradas pelos quilombolas. Essa documentação fornece uma rica informação sobre o quilombo que agoniou os senhores pelotenses.

O quilombo de Manoel Padeiro teria sido formado no segundo semestre de 1834. Como vimos, em 10 de outubro a Câmara registrava que os 'quilombolas' estariam cometendo 'atentados na serra'. Segundo o processo, Manoel Padeiro vivera fugido anteriormente na região em companhia da preta Marcelina, que morrera de morte natural e fora enterrada em um dos diversos ranchos em que se refugiavam os quilombolas.

É crível que Manoel Padeiro, recapturado, tivesse escapado novamente, sozinho ou acompanhado. Dos doze fujões que formaram o núcleo central do quilombo, quatro eram cativos do senhor de Manoel Padeiro - o rico comendador Boaventura Rodrigues Barcellos. A documentação revela também que eram íntimos e constantes os contatos dos quilombolas com a escravaria daquele senhor. Foi precisamente a um cativo do comendador que o malogrado Mariano recorreu, quando se encontrou em dificuldades.

Não sabemos exatamente quando e como os quilombolas se reuniram. O certo é que, nos primeiros dias de abril de 1835, sob a indiscutível autoridade do Padeiro, o bando passou a assaltar chácaras da serra dos Tapes. Os ataques só teriam terminado, meses mais tarde, em fins de 1835, com o debilitamento dos quilombolas devido a mortes e capturas. A documentação registra o primeiro ataque, à casa de Jerônimo Lopes Garcia, por doze quilombolas, provavelmente em inícios de abril de 1835. Do grupo participavam Manoel Padeiro, general do quilombo, João, juiz de paz; Alexandre Moçambique, capitão; pai Mateus; Mariano Crioulo; Antônio Mulato; Antônio Cabinda ou Cabunda; pai Francisco, congo; Francisco Moçambique; João, cozinheiro e africano; e a mulata Rosa. O cativo Manoel, africano, também do comendador Barcellos, foi preso em uma estrada e teve sua morte pedida por Mariano e negada por Manoel Padeiro. A seguir, incorporou-se aos quilombolas. Não foi possível elucidar o sentido dos títulos juiz de paz e capitão."

Fonte: MAESTRI, Mário. Pampa negro: quilombos no Rio Grande do Sul. In: REIS, João José & GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2012, p. 349-352.