Por A. Pôrto Alegre
"Filho de João Jacintho de Mendonça e D. Florinda Luiza da Silva Mendonça. Nasceu nesta cidade (nota nossa: Pelotas) a 20 de maio de 1828. Fêz os estudos preparatórios no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, seguindo para S. Paulo onde bacharelou-se em 1850. Filiou-se ao Partido Conservador, a que pertencia tôda a sua família.
No ministério presidido pelo Visconde de Rio Branco, foi-lhe oferecida a pasta da Marinha, que não aceitou por insistência da dissidência conservadora, chefiada por Paulino de Souza, Andrade Figueira e outros. Magistrado, administrador, político - de qualquer modo foi êle sempre de uma respeitabilidade enorme. Quando exerceu o lugar de promotor público, a Justiça não teve mais nobre representante; quando governou Sergipe e a sua terra natal, era o bem público a sua única preocupação; na Assembléia Provincial e na Câmara temporária, a sua palavra elegante apadrinhou sempre as causas justas e do interêsse de todos. Sem que excedesse as faculdades potentes de seu saudoso irmão João Jacintho, o Dr, Joaquim Mendonça, entretanto, soube honrar na tribuna política e judiciária o nome do Rio Grande, ilustrando o pôsto em que tantas glórias conquistaram Gaspar Martins, Amaro da Silveira, Félix da Cunha e tantos outros.
Ao inaugurar-se a situação liberal de 1889, entendeu o Govêrno do país, por iniciativa de Silveira Martins, testemunhar o seu aprêço ao nobre adversário, conferindo-lhe o título de conselheiro. O desgôsto irreparável da perda de sua extremosa espôsa, que era uma digníssima senhora, agravou os antigos padecimentos do rio-grandense ilustre, que no retraimento a que de último se votara, ainda assim passou sempre rodeado de solicitude daqueles que o sabiam prezar pelo muito que apreciavam as jóias de seu caráter e as virtudes de seu coração. Faleceu em Pelotas a 1. de janeiro de 1891."