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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A culpa é da bebida! - Show com Fred e Hiago Rockembach + Dj Igor Valério no Alkimia Espaço Cultural


Neste sábado, 10 de Setembro, a partir das 23h30min no Alkimia Espaço Cultural. Ingressos masculinos: R$ 10,00. Ingressos femininos: livre até 01h da madrugada, após R$ 10,00. Mais informações na página do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/191710574575556/ 


Histórias de Vida II

Entrevista com o Sra. Neli Xavier
Realizada pelo autor em 10-11-2007
Referência: Bairro Jardim América

            “Mora no bairro desde 1976, nascera na ‘Campanha’ (Passo das Pedras) e antes morou por cerca de 30 anos no IPEAS. Ela e o esposo já falecido – Sr. Camilinho – vieram para o bairro para possuir casa própria. Hoje, do terreno que adquiriram, parte está com os filhos que casaram e também ergueram suas casas.
Sempre encontrou muita dificuldade no bairro, atualmente vive doente e acamada. Quando chegou não havia água ou luz e a casa não tinha reboco. O esposo era funcionário do IPEAS. Quando houve mudança para Embrapa, esposo foi colocado para trabalhar no celeiro. Acabou não aceitando ficar na nova função. Depois trabalhou no Anglo, no Rio-Pel e no setor de fiscalização do Extemo-Sul.
Diz que sabe muito pouco, pois os vizinhos eram mais da própria família. Produziu doces caseiros quando morava no IPEAS, depois com o tempo e as dificuldades (obs.: reforça aspecto da doença), deixando de fazê-los. Reintera que o Sr. Luiz Fernando Silva (vereador) acompanhou muito história da família. Lembra também que teve (ela) que cuidar uma filha deficiente.
A Sra. Neli coloca que se criou na agricultura, desde os oito anos de idade. Seus irmãos já faleceram, porém sobrinhas moram no bairro.
De comércios, recorda da venda do falecido Sr. Antônio (atual Loja Silva) e da venda do falecido Sr. Otílio (do ‘outro lado’). Afirma que eram ‘vendas para vizinhos’. Não constituíram estabelecimentos fortes, porém locais com produtos básicos e limitados. Acredita que o morador mais antigo da rua seja o Sr. Maurílio de Oliveira (que lhe dá o nome). Lá na estrada (atual Avenida Três de Maio) havia uma torneira, na qual se conseguia pegar água só de manhã cedo. Depois, no outro lado da vila (arredores da atual Escola Elmar Costa) tinha outra bica. A família conseguiu, posteriormente, construir um poço. Bem mais tarde, chegou a água encanada. Atendimento médico só em Pelotas.
Foi sócia da Comunidade Católica São José Operário e é da Canção Nova, na qual encontra um forte apoio pessoal. Começou a freqüentar a Igreja São José Operário quando esta foi inaugurada, pois antes participavam da comunidade católica da Embrapa. Atualmente, uma religiosa franciscana visita-lhe.
Quanto á criminalidade, comunica que logo que vieram tinham uma vaca e um bezerro. Entretanto, roubaram a vaca, que era um animal que auxiliava no sustento da família. Um tempo depois atacaram e mataram uns leitões que a família criava.
Fala que todos os moradores que conhecia tinham um ‘pouquinho’, pelo menos emprego garantido. Neste lote, por exemplo, os irmãos também moram. Informa que quando veio para o bairro, o esposo comprou o terreno da Família Nogueira. Deram entrada e depois foram pagando prestações. Deixaram um ‘lugarzinho’ para todos os oito filhos. Apesar que filhos ganham muito pouco e a vidraçaria da família pouco rende. Complementa que os lotes são pagos na Prefeitura Municipal do Capão do Leão.”