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domingo, 28 de agosto de 2011

Histórias Curiosas XIV

Existe um corredor que liga a Capela da Buena ao Canto Grande, isto é, zona "bem" rural e afastada de Capão do Leão. Havia uns anos atrás um bolicho, destes a beira de estrada, naquela região, onde os trabalhadores rurais e agricultores costumavam se reunir nos finais de tarde para tomar a sua "branquinha" e "mentirem um pouco um para o outro". O lugar era simples, com algumas linguiças defumadas dependuradas, pacotes de fraldas  plásticas presos em cordinhas de nylon, bebidas agrupadas na parede, bem no alto, numa prateleira em destaque. O vendeiro se defendia e, pelo que sei, não era nada além daquilo mesmo que ele almejava ali. Talvez fosse agricultor também, mas isso não vem ao caso.
O bolicho era no meio do pampa - campo de um lado, campo de outro, umas arvorezinhas na frente e a estrada. Porém acontecera um causo inusitado que muitos lembram no tal bolicho, lá pelos idos do início da década de 90.
Não é que apareceram dois assaltantes e fizeram uma limpa no caixa do vendeiro. Poucos cruzeiros e mais uns pacotes de bolachas e aproveitaram também para surrupiar os cobres minguados que haviam nos bolsos dos clientes que estavam no bolicho. Um tinha um revólver calibre 38, o outro um 22. Talvez, por pena, deixaram  de abordar um "pobre velhinho", já visivelmente ébrio, que estava encostado num banco (um caixote de madeira adaptado, na verdade) e olhava o desenrolar do assalto em "profunda serenidade". Saíram em disparada num Corcel "Um", cor caramelo. Não eram daqui seguramente e, com certeza, eram aquilo que as próprias vítimas denominaram "ladrões chinelos" - pois talvez tivessem tido mais lucro roubando reses de uma propriedade, do que eles mesmos que viviam sempre com poucos cruzeiros no bolso, ou  no caixa do próprio vendeiro.
Ah...e o "pobre velhinho", o que tem haver com a estória? Simples: sujo, de sandálias gastas, com cigarro  de papel no canto da boca, camisa de malha desbotada, não poderia inspirar nenhum outro tipo de impressão a não ser o de piedade. Como ainda ficou quieto o tempo todo, encaixava-se no típico perfil de "pobre coitado". Só não sabiam os assaltantes, que o "pobre velhinho" era um dos maiores proprietários de terra da região, com vários hectares em diferentes sítios e fazendas, e um dos maiores criadores de ovinos corriedale do Brasil!


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

APAE Capão do Leão




O projeto é maravilhoso. A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Capão do Leão realiza atividades das mais diversas que merecem ser elogiadas e conhecidas. Visite o link: http://apae-capaodoleao.blogspot.com/Conheça, opine, participe, deixe seu comentário. A equipe APAE Capão do Leão com certeza vai ficar muito feliz com sua visita ao blog!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Capela Santa Luzia em 1960

 Dos arquivos da Administração da SUPRG/Cerro do Estado: foto de um casamento de moradores locais na Capela Santa Luzia, em 1960.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Histórias Curiosas XIII


Logo que houve a formação da 1ª. Câmara Municipal em Capão do Leão, tudo era novidade e os nove vereadores eleitos esforçavam-se para, juntamente com o prefeito também recém-eleito, Elberto Madruga (depois com Getúlio Victória), em fazer o possível para a estruturação e a organização do município recém-criado. Pois bem, havia inicialmente um sentimento de união entre os vereadores, pois embora houvesse a herança política do regime – cinco do PMDB e quatro do antigo PDS – o cenário era novo e tudo precisava ser colocado nos “conformes” para que a luta da emancipação não tivesse sido em vão. Muitos contatos políticos foram feitos e importantes lideranças políticas da região e do Estado estiveram na câmara interessados em auxiliar no desenvolvimento do novo município.
Foi então que, numa ocasião, os membros do Parlamento Leonense foram convidados a participar de um encontro político em Pelotas. O convite formal chega à Câmara e ocorre a leitura das correspondências. Entre um comunicado e outro, é aberto o convite. Só que o secretário da mesa (no momento) ignora o documento e passa a ler os outros subseqüentes. Um dos vereadores que compunham a sessão estranha a atitude do companheiro, pois sabia que a Câmara seria convidada para um evento político em Pelotas, bem como que o ofício já tinha sido despachado. Porém, permanece quieto, crendo que pudesse haver um motivo especial para que o secretário da mesa ignorasse o documento – quem sabe até um texto politicamente “impróprio” ou “ofensivo”.  A sessão transcorre com a pauta do dia e termina com o convite sem ser lido, amontoado junto com as outras correspondências.
O vereador que estranhara o fato do companheiro não ter lido o convite, interpela separadamente o mesmo após o fim da sessão. Revela estar preocupado diante do fato de saber que o convite para o tal encontro político tinha sido despachado para a Câmara de Capão do Leão e o companheiro não o tinha lido. Confiava na honestidade do companheiro e acreditou que na correspondência pudesse haver algo muito grave. O secretário da mesa muito calmamente responde ao companheiro:
- Não é nada, não. É que mandaram a correspondência errada!
- Errada?! O que não estava certo ali: a data, o assunto do encontro, o lugar... O quê?
- Não, não... Essa gente de Pelotas não procura saber direito da Câmara do Capão do Leão e manda as coisas com os nomes errados. Vou pedir para o meu assessor ligar prá lá e dizer que eles corrijam o destinatário!
- Ah, bom... Assim tu pelo menos me tranqüilizas, achei que era coisa “braba” no meio.
O vereador que interpelara o secretário da mesa, só para finalizar o assunto, indaga já colocando o paletó para sair:
- Mas onde foi que eles erraram?
Responde o secretário da mesa com confiança:
- Botaram o nome do Presidente da Câmara totalmente errado!
- Ah, é mesmo?! E o que foi que colocaram? – replica o outro.
O secretário não pestaneja:
- ‘Tá escrito assim: “Ao Nobre Edil, Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Capão do Leão!” Pô, será que eles não sabem que o presidente da Câmara é o Gérson Baldassari! Não tem nenhum “Edil” aqui não! Nem como suplente!
Ao outro vereador restou apenas despedir-se do colega e disfarçar um sorrisinho no canto da boca. O secretário da mesa não sabia que EDIL é sinônimo de VEREADOR!

Nota: Mas antes que se pense que esta história nomeia explicitamente uma pessoa, isto é, o secretário da Câmara no mandato legislativo de Gérson Baldassari como presidente, não foi o mesmo não! Foi justamente um vereador que o substituira na ocasião, cujo relato permaneceu como folclore no meio político leonense e eu, como pesquisador, romanceei a história, mas com intuito de “causo cultural” do que “crítica política”.

terça-feira, 9 de agosto de 2011