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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Breve Histórico do Capão do Leão



A localidade remonta a meados do século XVIII e surgiu, muito provavelmente, após o Tratado de Santo Ildefonso (1777), quando foram redefinidas as fronteiras do sul do Brasil e a Vila de Rio Grande retornou à posse lusa. A partir de então, se iniciou o processo de concessão de terras (sesmarias) na região. Nesta época, antes do fim do século, a área atual de Capão do Leão era conhecida como Serranías del Pabón ou Serranias do Pavão, fazendo parte do distrito de Cerro Pelado, ligado à Comandância Militar de Rio Grande, e compreendia cinco principais sesmarias: Pavão (que pertenceu ao Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira), São Thomé, Sant’Anna, das Pedras e do Padre Doutor. Nesta última foi erigido o Oratório de N.S. da Conceição – 1o. templo religioso da região, datado aproximadamente de 1790. Foi também na sesmaria do Padre Doutor (cujo nome era Pedro Pereira Fernandes de Mesquita) que viveu seu mais famoso sobrinho nos anos de sua infância e adolescência: o Jorn. Hipólito José da Costa – Patrono da Imprensa Brasileira. Outros sobrinhos do Pe. Doutor que viveram na estância e tiveram o tio como preceptor de estudos foram: Pe. Felício da Costa Pereira, um dos fundadores de Pelotas; e Saturnino da Costa Pereira, político influente durante o Império e que chegou à presidência da Província do Mato Grosso.
A primeira menção ao nome atual – Capão do Leão – aparece em 1809 e durante a maior parte do século XIX a localidade vai ser uma espécie de ponto de parada e descanso no caminho percorrido pelos tropeiros que traziam gado da Campanha Gaúcha até o núcleo charqueador de Pelotas. O oficial alemão Carl Seidler, em sua obra Dez Anos no Brasil , descreve sua estada em Capão do Leão em 1829, relatando alguns pormenores. Outros relatos aparecem em cartas da época farroupilha, inclusive, um registro de batalha campal no outono de 1836.
Em 1851, houve o princípio da colonização européia não-portuguesa na região e, na área de Capão do Leão, foi criada a Colônia Dom Pedro II – que recebera 300 colonos irlandeses. Apesar de não ter logrado êxito (não durou trinta anos), algumas das famílias permaneceram na localidade, o que pode ser verificado pelos sobrenomes de descendentes.
Após 188, com a instalação da ferrovia Rio Grande-Bagé, que justamente passa por Capão do Leão, a localidade vai tomar certo impulso rumo a uma crescente urbanização. A construção da Estação Ferroviária (1884) vai favorecer que o comércio de serviços e consumo desenvolva-se em torno da mesma. Além disso, a facilidade da ferrovia permitirá que Capão do Leão transforme-se em estação de veraneio para a elite de Pelotas. Excursões de trem, bailes e concertos ao ar livre e piqueniques ao redor de elegantes vivendas e solares de inspiração européia passaram a ser constantes. Os maiores símbolos da suntuosidade desta época romântica são as visitas: da Princesa Isabel e do Conde D’Eu em fevereiro de 1885; do poeta Olavo Bilac em 1916. Em 1893, a importância política e econômica do Capão do Leão já evidente, o converteu à condição de distrito de Pelotas.
No início do século XX, a fruticultura de clima temperado será outra atividade econômica de destaque e fator de progresso e crescimento à vila. Processo que tomou mais intensidade ainda com a instalação da Compagnie Française du Port du R.G.S., em 1909. Esta empresa explorou o granito existente nas pedreiras leonenses até 1914, com a finalidade da construção dos Molhes da Barra do Porto de Rio Grande. Logo após a saída da companhia francesa, as pedreiras do Cerro do Estado passaram a ser exploradas por uma companhia norte-americana, até serem emcampadas definitivamente pelo Estado do R.G.S. Não por acaso, o bloco de granito existente em Capão do Leão, com cerca de 4km de extensão é considerado o 2o. maior do planeta.
O tripé veraneio/fruticultura/pedras sustentou o desenvolvimento da Vila do Capão do Leão até aproximadamente a década de 1950. Desde então, a proximidade com o pólo regional de Pelotas converteu o lugar em foco de atração de migrantes. Novas áreas urbanas (Jardim América, Parque Fragata, etc.) foram sendo criadas e houve significativo acréscimo populacional. No campo econômico, o arroz, a soja, a pecuária leiteira e os frigoríficos despontaram como protagonistas, embora a atividade mineradora ainda permanecera importante. Em 1963, ocorreu a 1a. tentativa de emancipação do Capão do Leão, que fora fracassada. Somente em 1982, em novo processo emancipatório, surgia o município de Capão do Leão, separando-se de Pelotas.
Prefeitos:
· Elberto Madruga (1983-1985) – obs.: faleceu antes de completar o mandato.
· Getúlio Teixeira Victória (1985-1988) – obs.: vice-prefeito que assumiu após a morte de Madruga.
· Manoel Nei Neves (1989-1992)
· Getúlio Teixeira Victória (1993-1996)
· Manoel Nei Neves (1997-2000)
· Vilmar Motta Schmitt (2001-2004; 2005-2008)
· João Serafim Quevedo (atual)
Artigo originalmente publicado na edição 144 do Jornal Tradição, em maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Igreja do Salvador em Rio Grande

O terreno onde hoje está localizada a Igreja do Salvador, foi negociado em 28 de março de 1899, ao preço de 1 conto, seiscentos e setenta mil réis, medindo 29,40 metros pela rua General Vitorino e 42,24 metros, pela General Neto. Então, neste solo arenoso foram colocadas pedras sobre pedras até a total edificação do templo, que durou dois anos, sendo esse material trazido do Capão do Leão. As janelas de ferro galvanizado, foram confeccionadas na Inglaterra; os caibros e madeiramentos de louro, assim como o vigamento em angico e grapiapunha, vieram de Santa Maria. A iluminação, que na época era a gás, estava distribuída em 22 arandelas. Os vitrais que embelezam de maneira especial as aberturas do templo, foram doados por tradicionais famílias dessa igreja e confeccionados na Alemanha. Além disso, um grande painel encenando "Cristo sobre as águas" é de azulejo português.A inauguração da Igreja do Salvador ocorreu em 8 de agosto de 1901, tendo ela estilo gótico lembrando uma cruz latina. Um patrimônio histórico, cultural e religioso que em 2007 comemorou duas datas significativas: 116 anos da chegada dos primeiros missionários americanos a cidade do Rio Grande e 106 de fundação de seu templo.O atual pároco da Igreja do Salvador é o reverendo Edson Mattos da Rosa, um engenheiro agrônomo que abriu mão de sua profissão, em favor do trabalho evangélico junto a Igreja Episcopal Anglicana. Ele descende de uma tradicional família dessa confissão religiosa, a contar de seu bisavô. Um teólogo comprometido com a fé cristã e amor ao próximo.
Fonte de Pesquisa - A Igreja Militante - reverendo Nataniel Duval da Silva.

Molhes da Barra de Rio Grande


Os molhes do Cassino foram construídos entre 1911 e 1919 pela Compagnie Française Du Port de Rio Grande, um consórcio constituído exclusivamente com esse objetivo. Os paredões foram feitos com blocos de pedra de até dez toneladas, levadas de Capão do Leão, a 90 quilômetros do Porto de Rio Grande.O molhe oeste, no Cassino -- um balneário que é distrito de Rio Grande --, tem 3.160 metros de extensão. O leste, no município São José do Norte, tem 4.220 metros. Os paredões foram feitos com blocos de pedras de até 10 toneladas, lançadas umas sobre as outras com guindastes. Esses blocos foram levados de Capão do Leão porque, na região do porto. não existem pedreiras. Eles eram embarcados em ferrovia e dessa forma seguiam até os dois braços de pedra que avançam mar a dentro. A obra empregou em seu pico cerca de 4 mil operários e consumiu, até 1919, 4 milhões e 500 mil toneladas de rochas.Os trilhos que serviram para a movimentação das pedras foram preservados na área dos molhes e, atualmente, servem para o turismo. Ali podem ser feitos passeios de vagonetas, uma das principais atrações do balneário do Cassino durante os períodos de veraneio.Os dois molhes estão situados um de cada lado do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, uma faixa de 14 quilômetros de extensão por 200 metros de largura, também utilizada para ligar os portos fluviais de Porto Alegre e Pelotas com o Atlântico.Os molhes fixam a barra do canal e o protegem da ação das ondas e do assoreamento natural, garantindo a navegação em condições seguras.Durante sete décadas essa enorme estrutura de pedras não teve qualquer manutenção ou conservação e, durante as décadas de 80 e 90 começaram a surgir sérios problemas. O molhe leste cedeu em vários pontos e a areia movimentada pelas águas do mar começou a invadir o canal, colocando em risco a navegação.Diante disso iniciou-se em 1995 a recuperação dos molhes, uma obra de aproximadamente 140 milhões de dólares que deve estar concluída até 1999. Quando isso ocorrer, terão sido lançadas ao mar exatamente 450 mil toneladas de pedras e 106 mil toneladas de tetrópodes (blocos de concreto produzidos em formas de aço) nos 4.220 metros do molhe leste.

Fonte: http://proea-prg.blogspot.com/2008/11/os-molhes-do-cassino-foram-construdos.html