Diz-se que no Pavão existe uma fazenda, bem afastada e de grande extensão, que na década de 1990, era ponto de encontro de naturistas da região. Muita gente se encontrava lá para praticar este estilo de vida e ocorriam churrascos e festas com todo mundo nu.
Só que a fazenda, evidentemente, não vivia de eventos naturistas, ao contrário, planta-se soja e cria-se gado no local e várias pessoas trabalham lá envolvidas com estas atividades. Muitos homens, aliás, acostumados a lida de campo. Os naturistas, evidentemente os donos da propriedade e seus amigos, costumavam realizar seus encontros afastadamente. Mais, tempo vai, tempo vem, os peões acabaram descobrindo acidentalmente o grupo de naturistas e num exercício de voyeur passaram a espiar os "pelados", principalmente as mulheres.
Pois bem, em certa ocasião, havia um grupo de peões espiando a filha da dona da fazenda tomando banho nua na piscina de azulejos. Risadinhas, comentários maliciosos e todos escondidos atrás da vegetação que circundava a Casa Grande. Um peão mais afoito não agüentou-se de excitação e saiu, descontrolado e irresponsável, ao encalço da linda loira e tentou agarrá-la. Esta, desesperada e assustada, correu para dentro da residência, gritando por socorro. Os outros peões seguraram o afoito. Aí ele deu-se conta da burrada que tinha feito. Agora, bastava aguardar o pior.
A dona da fazenda, cerca de meia hora depois, chamou o capataz e todos os peões ao centro do pátio da Casa Grande. Disse que sabia o que tinha acontecido e iria fazer algo. Interpelou o capataz e ordenou que ele indicasse quem tinha atacado sua filha. O capataz não teve escolha. Coitado do peão!
Surpreendentemente, a fazendeira mexeu na carteira e tirou trezentos reais e entregou ao capataz. Todos emudeceram. Então, imperativamente, instrui o capataz:
"Fulano, pega este dinheiro e leva este rapaz numa 'profissional' e vê se cansa bastante ele. E o peão que quiser ver minha filha nua, pode olhar, não tira pedaço. Mas se quiser passar do ponto, fala comigo, pois eu pago o serviço para retirar a tensão de vocês."
Depois daquilo, diz-se que os peões tão atordoados com a reação da patroa, nunca mais espiaram ninguém na fazenda.